A RESISTÊNCIA DA CONSCIÊNCIA

Por Gecílio Souza

O planeta virou palco

Da intolerância brutal

O ódio tomou o lugar

Da relação cordial

Transformou-se em combustível

Desta onda em espiral

A violência que cresce

De forma exponencial

Nos quatro cantos da terra

Dissemina-se o “mal”

Vai moldando consciências

Mortíferas em potencial

Vê-se terrorismo de grupos

Contra o terrorismo estatal

O terror não tem fronteiras

É um fenômeno universal

Metade da humanidade

Presta culto ao capital

Mitiga-se o ser humano

Útil e bom é o comercial

O fetichismo em vigor

Karl Marx é vivo e atual

Os terceirizados de Deus

Também amam o sensual

Criam Shopping center da fé

Feira livre semanal

Instrumentalizam o divino

Erguem templo e catedral

Cristo enche as suas bocas

Dinheiro enche o seu bornal

Reinauguram a trindade

Com vexatório ritual

Religião, dinheiro e poder

Formam um incestuoso bacanal

Ostentação materialista

Enfeita o cerimonial

Os corretores do “céu”

Seguem à risca um manual

Todos os ungidos presentes

E Deus ausente do local

A comunidade dos “salvos”

É um antro bestial

Prega a governança eterna

E adora o poder temporal

A política se tornou abrigo

Do elegante marginal

Esconderijo de patifes

Trincheira do ser venal

Ali se articula e valida

A segregação multifacial

Estigmatiza as diferenças

Sanciona a hipocrisia social

Julga as individuais preferências

Com um dogmático tribunal

Quer imiscuir nas escolhas

Incrimina a realização pessoal

Deliberadamente viola

Direito humano fundamental

É a meu ver irrelevante

A orientação sexual

Não se interpreta o mundo

Com o órgão genital

A morte põe toda gente

Na posição horizontal

No fio do seu cutelo

Todo mundo é igual

A cor não é passaporte

Para o “Éden espiritual”

A prepotência machista

Nunca terá bom final

Come mato pela raiz

Como qualquer outro mortal

Sua memória é a repulsa

Seu legado é imoral

Não se define o homem

Pelo quinhão material

Põe a sociedade em risco

Um julgador parcial

O prazer que nos faz bem

Levanta o nosso astral

Não se vive sem prazer

Sendo ou não primordial

A saúde é um patrimônio

De valor multidimensional

Corpo e mente se integram

À sanidade ambiental

Lembre-se que a “felicidade”

É relativa e proporcional

À autonomia do sujeito

Cuja escolha é racional

Dane-se a tutela alheia

A consciência é imperial.

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 26/07/2017
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