Bolsonaro(aCaraDaMinhaPátria)-ChicoDoCrato-SilvaDias

Bolsonaro(aCaraDaMinhaPátria)-ChicoDoCrato-SilvaDias

ChicoDoCrato, Música, voz, violão, sintetizador, arranjo, mixagem e adaptação do CORDEL de Silva Dias.

https://www.recantodasletras.com.br/cordel/6050921

http://www.recantodasletras.com.br/audios/cancoes/75445 contato cdc.chicodocrato@gmail.com whatsapp 71992028988

Audacity, 110 Ritmo 065+30 em Mí+. Gravação caseira. Gravar em estúdio.

Copyright: proibir a cópia, reprodução, distribuição, exibição, criação de obras derivadas e uso comercial sem a sua prévia permissão.

A proteção anticópia é ativada.

Eu sou a cara do medo,

Segurança insegura,

Certeza de impunidade,

A lei da total loucura,

Suborno e violação,

Mas não conheço prisão

Roubar também é cultura.

Sou covil de fraudadores,

Berço da corrupção

De tantos Nicos Lalaus,

Toda espécie de ladrão.

O político incompetente,

A angústia do inocente

Implorando solução.

A imagem do descaso

Com o sofrimento infantil,

A face triste do medo

Neste mundo doentio,

O mendigo e a solidão,

Sou a luz e a escuridão

Dessa pátria mãe hostil.

País da bola, da ginga,

Do esporte campeão,

Alegria dos festejos,

Carnaval e São João,

A orgia do puteiro,

Sacanagem o ano inteiro

Sem qualquer preocupação.

Sou o perdido analfabeto

Abraçado à ignorância,

Explorado pelo ódio,

Pelos punhos da ganância.

Nos becos do contrabando

Continuo traficando,

Pois não me dão importância.

Um coração maltratado

Agonizando e à toa,

Olho que enxerga e não vê

O sentimento que voa.

Há tristeza no meu riso,

Pois não tenho o que preciso

E o meu grito não ecoa.

Eu sou o desesperado

Vegetando nas vielas

Com ratos, surtos e balas

Que comandam as favelas

Nos guetos do preconceito

Sou a causa e o efeito

De incontroláveis mazelas.

A verdade que machuca

Nesta bruta realidade,

A tristeza da notícia.

Sou vítima da crueldade,

O forte clamor da pobreza,

Uma geração indefesa

Implorando liberdade.

Sou a agonia presa

Cortando meu próprio eu,

A lágrima derramada

Do filho que se perdeu

Sem colo para dormir,

Sem um carinho sentir

E na solidão morreu.

Uma faca de dois gumes

Para melhor te cortar,

Estrela que não é vista

Porque não pode brilhar,

A ponta de um espinho,

Filhote longe do ninho

Tentando se encontrar.

A lida do dia a dia,

Tua calejada mão,

A pele que é tão queimada

Do sol quente do sertão,

Santo suor derramado,

Mas nunca valorizado

Por causa da ingratidão.

Sou o reflexo da miséria,

A folha que já secou,

A miragem num deserto,

O fruto que não vingou,

O certo ainda errado,

Pobre que vive humilhado

E a casa que desabou.

Sou o rio poluído,

A chuva que não caiu,

A dor de ser tua mágoa,

Piada que ninguém riu,

O beijo que não foi dado,

O sabor desaprovado,

Prazer que ninguém sentiu.

A floresta definhada,

Flor que não desabrochou,

Um jardim agonizando

E o jardineiro que chorou,

Pássaro que já não canta,

Semente que não se planta,

Canção que ninguém cantou.

Sou a Letra em decadência,

Música sem melodia,

A aberração do sucesso,

A mais completa baixaria.

A poesia não lida,

Lembrança já esquecida,

País da hipocrisia.

Bis

Mas ainda acredito

Na esperança em mim.

Há uma luz no fim do túnel,

Deixarei de ser ruim

Curando, pois, minha dor

Serei apenas amor

E alegria sem fim.

ChicoDoCrato e Silva Dias
Enviado por ChicoDoCrato em 10/07/2017
Reeditado em 11/08/2021
Código do texto: T6050921
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.