Nega fulô - Um cordel pra uma mãe

A Nega Fulô,

que desce a ladeira

com lata na mão

com os pé no chão

cansaço nos zói

chega me dói

ver minha Nega Fulô.

Nega Fulô,

floresce de amor,

que sabe cantar

e me encantar,

que sabe ser flor

sem ter que regar.

Nega Fulô,

não sei dizer

nem compreender,

o pobre coração

de um homem tão mal

tão desigual,

que vive a humilhar

a minha fulô.

Ela ama também,

ela dança tão bem,

eu não sei por que

lhe tratam tão mal,

fazendo chorar

minha Nega fulô.

Nega fulô,

menina pequena

de pele morena,

Que não lhe vejo sorrir,

mas que vive a fugir,

com medo de alguém

não sei por quê.

Essa minha Nega Fulô,

que me dar amor,

que faz tudo por mim

que me faz ninar,

me ensinou falar

e a caminhar.

A que me da baim,

que chamo de "Mãe"

E de Nega fulô. (...)

Minha Nega fulô,

só descansou

quando morreu

me deixou á chorar,

senti seu faltar,

Quando ela saiu

da varanda de casa

sendo carregada,

pelos meu vizim,

doia em mim

ter que carregar

o jarro de frô.

Hoje já não tenho

a minha velha fulô

Que nessas terra morreu

E eu ainda criança

ela deixou.

Diego Meira
Enviado por Diego Meira em 28/06/2017
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