OS VERDUGOS DO BRASIL

Por Gecílio Souza

Do jeito que a coisa anda

Nenhum cidadão aguenta

A política espúria casou-se

Com a religião fraudulenta

O empobrecimento contrasta-se

Com uma elite opulenta

Despudorada e tacanha

Luxo e arrogância ostenta

É podridão perfumada

Alma suja e fedorenta

Hipócrita e inescrupulosa

Igrejas e templos frequenta

Religião do Senhor dinheiro

De quaisquer tributos é isenta

Teologia capitalista

Estéril, porém barulhenta

Avança na prosperidade

Cujo método arregimenta

Patrimônio imensurável

Do estelionato se alimenta

Os arautos de Deus se enriquecem

Tripudiando alma sedenta

Do ser humano de boa fé

Que algum problema enfrenta

Enquanto os de cima se regalam

Embaixo a pobreza aumenta

Recita-se livros sagrados

Mas da ética se afugenta

Com preleções sem substância

Reiteradamente atormenta

Quem nunca solicitou

Sua liturgia que aparenta

Pura masturbação mental

Que nada útil acrescenta

A religião da prosperidade

Deita, dorme e se amamenta

Do projeto mais corrupto

Da política mais odienta

Numa aliança tão espúria

Pisoteia, trai e arrebenta

O esboço de uma sociedade

Onde a diversidade se assenta

Na lógica da tosca elite

Seis valem mais que sessenta

E então meia dúzia revoga

A voz da nação que sustenta

O explícito anseio de mudanças

Mas o bando não se orienta

Com golpes usurpou tudo

Aos apupos se ausenta

Nos circuitos interno e externo

Constrange e não representa

A rica nação ultrajada

Que às duras penas tenta

Se livrar de uma quadrilha

Que ilegalmente implementa

Reformas estruturantes

Fruto da sanha virulenta

Da hegemonia do capital

Contra a soberania se atenta

Aprovadas tais reformas

A maioria não se aposenta

Quem hoje aplaude esse crime

Amanhã será quem lamenta

Com a quadrilha no comando

A atmosfera é cinzenta

A nação está cindida

Pela política truculenta

Os três poderes se articulam

Numa pornografia violenta

Absolvem os bandidos

Com juridicidade desatenta

Que legitima a gatunagem

Da elite golpista birrenta

Mas condena inocentes

Sem provas, provas inventa

O judiciário delinque o direito

Não julga, mal argumenta

Move-se pelas convicções

Nada de prova apresenta

Juizes militantes partidários

Tornam a política rusguenta

Durma-se com um barulho desses

Com esta justiça zoadenta!!!

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 26/06/2017
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