Violência no campo
Brasil terra de poucos
que não sustenta os filhos teus
São as lagrimas que caem dos teus olhos
E não irrigam nenhuma plantação
pois a terra aqui sempre foi de poucos
movidos pela ganância e ambição
poucos são os donos dessa terra que tem muito
e são milhões que agora não tem nada
até a vida que era única já perdeu
É Brasil, terra de poucos
Que não sustenta os filhos teus
É grande a matança que se segue
São vidas perdidas pelos caminhos
Nos confrontos nem um lado sai ganhando
E as famílias mais sofridas não se ergue
A fome é a certeza que se viu
Para a mãe Sobra o choro pelo filho que perdeu
E as lagrimas molha um rosto que um dia já sorriu
É Brasil, terra de poucos
Que não sustenta os filhos teus
Corumbiara, colniza, Pau D´arco Eldorado
Vidas ceifadas por um destino
Na busca por dias melhores
Pela brutal violência derrubados
Hoje o poeta triste rima meio louco
palavras que demostre o sentimento seu
o descaso dessa pátria tão querida,
seus filhos abandonados e vivendo no sufoco
Brasil, terra de poucos
Que não sustenta os filhos teus
A fronteira de sobrevivência agora é a estrada
A lona preta é um lar sem aconchego
A saída é o certo, sem certeza da chegada
A segurança que se tem nessa terra é o medo
O despejo nessas bandas é constante
Desfaz a “casa” guarda a lona num instante
Pega aquilo que um dia te pertenceu
Nessa terra tão fértil, e tão gigante
Brasil, terra de poucos
Que não sustenta os filhos teus.
Luis da Silva