OTORIDADE BAIANA METE BRONCA EM PFEM!

A Terra do Carnaval

Que dura o ano todo

Tem folia e micareta

Com alegria a rodo

Sexo drogas e cervejas

Mijo escorrendo no lodo.

É motivo para muitos

Extravasar as tensões

Ganhar um dinheiro extra

Se meter em confusões

Os governos patrocinam

Desperdiçando milhões.

Lá em Feira de Santana

Princesinha do Sertão

Durante a Micareta

Houve uma grande confusão

Entre os foliões de um trio

De um cantor falastrão.

Um pelotão da PM

Cumprindo a sua rotina

Entrou no meio da briga

Pra evitar a chacina

Quando o cantor lá do alto

Soltou a língua ferina.

Reclamou que a polícia

Estava sendo agressiva

Que devia ser educada

E não chegar repressiva

Pois o povo da ‘favela’

Já tem vida negativa.

E acusou uma PFEM

De mandar ele tomar

Naquele lugar fedido

Que não posso aqui falar

Mas ele falou nas ruas

Pra todo mundo escutar.

Instigando o povão

A ficar contra a PFEM

Disse que era “autoridade”

Não se curvava a ninguém

Pois vereador tem poder

Aqui ali e além.

Autoridade seria

Se ele se desse ao respeito

O trabalho da polícia

Sempre foi muito bem feito

Pra acalmar os valentões

Só com porrada nos peitos.

A PFEM tem boa índole

De mulher séria e cristã

Profissional honrada

Devotada cidadã

Nunca usaria esses termos

Por não ter uma vida vã.

Mulher merece respeito

Seja PFEM ou gari

Cozinheira professora

Dona de casa a carpir

Além da força afetiva

Tem o poder de parir.

O interessante é saber

Como que ele escutou

No meio da confusão

Do som ensurdecedor

Uma palavra tão curta

Ou qualquer gesto pornô.

Ele não foi cavalheiro

Desrespeitou uma mulher

Se dizendo autoridade

Como profissão de fé

Pra quem é discriminado

Dosou mal sua colher.

Se eu fosse um Comandante

Ele não faria isso

Pois iria pra cadeia

E pra completar o serviço

Tomaria uma surra

E não falava mais nisso.

Abuso de autoridade

É algo que não se aceita

De juiz ou professor

Doutor que passa receita

De polícia ou de políticos

Que fazem coisas mal feitas.

Ele diz que é defensor

De uma pá de ‘favelados’

‘Tudo deles nada nosso’

‘De novo’ um recado dado

Contra a sociedade

Pela qual é sustentado.

Liberdade São Caetano

Cajazeiras da boa gente

Paripe e Periperi

Da Paz dos Santos dos Crentes

Não são favelas são bairros

Comunidades carentes.

Em Salvador fez besteira

No Carnaval deste ano

Queria bater um recorde

Mas entrou foi pelo cano

Não contou a população

Que não coube em seus planos.

Chamou a sua galera

E com o salário de 15 mil

Botou o seu trio na rua

Pra provar que é barril

Pois do chefe recebeu

Mais de 120 mil.

Por isso que hoje em dia

Tá morando em cobertura

Curtindo a vida adoidado

Pois não tem mais vida dura

Não come mais pão com ovo

Nem chupa mais rapadura.

Denunciou que o crime

Estava organizado

Dentro da Casa do Povo

Onde foram aprisionados

Os ladrões e os assassinos

Em um tempo mal passado.

Elogiou o seu chefe

Em toda TV local

Está colado com ele

Pois ele é o maioral

Fez 12 dias de festa

Aqui nesta capital.

Em seguida se calou

Fechou o bico no plenário

Depois que denunciou

Seus colegas milionários

Não quis ser o delator

Foi embora antes do horário.

Após isso todo mundo

Preferiu ficar calado

E o nobre denunciante

Descobriu que está do lado

De quem ele criticou

E se tornou aliado.

Para abafar o caso

A autoridade calou

Pois aconselharam ele

Que logo se desculpou

Mas ficou esfarrapada

A desculpa que arranjou.

Salvador, 24 de maio de 2017.