A Oncologia da Corrupção
Caro Leitor, em dias tão terríveis como os que estamos vivendo, em que a corrupção fica-nos tão às claras provocando-nos uma ânsia de vômito, busco através das letras, não um subterfúgio para o problema, mas um "atiçamento" (permita-me um neologismo) para que saiamos de nossa zona de conforto (que de confortável não tem nada) e lutemos por um Brasil melhor, se não para nós, mas para as gerações que nos batem às nossas portas.
Há um câncer em metástase,
Carcomendo o país,
Atingiu o nosso corpo,
Folhas, caules e raiz.
Carcomem também as flores,
Vejo só frutos das dores
Da plantação que não fiz.
Aprendi com os meus pais
Que o pior cego é o que vê,
Mora na “terra do nunca”
Idealiza à mercê:
Faz de conta que não viu,
É um Peter Pan servil,
Mas esse não é você...
Só venceremos de fato
Quando formos realistas,
Quando dermos nome ao boi
Nas arenas das conquistas.
Sem abandonar a capa,
Nos desmandos dar um tapa,
Sermos então altruístas.
Quando furamos a fila,
Sonegamos um imposto,
Damos atestados falsos,
Sem ruborizar o rosto.
Isso é falta de amor,
Só alimento a dor,
Provocando só desgosto.
Eduardo Galeano,
Um jornalista latino,
Disse que a utopia
É algo que dá o tino.
Persegue-se o impensável:
O homem é um miserável
Se não segue o seu destino.
Nosso destino humano
Deve ser pra ser melhor,
Hoje melhor do que ontem
Amanhã menos pior.
Perfeito eu não serei,
Mas, melhor coisas farei
Se a luta for de cor.
Uma coisa também sei
Dentro do meu coração
Que uma andorinha sozinha
Voando não faz verão.
Mas se começar por mim
Um Brasil menos ruim
Chegará em nossa nação.
A s gerações do futuro,
L ogo vão usufruir,
D a semente que plantar,
A vida as farão rir.
I ntui-me então resistir
R ompendo com o ladroar.
L ecionando a verdade,
U nindo à transparência,
C ooptando o amor,
A mando a condescendência
S erá uma dor indolor.