O cinismo de um sete de setembro
Faz bom tempo que não vejo na cidade
Um desfile como havia antigamente
Que ficou impregnado em minha mente
Incrustado bem no campo da saudade
Era lindo, sem disputa e sem vaidade
Não havia nota pronta, bem me lembro
Era alegre como as festas de dezembro
Diferente da babel de hoje em dia
Quando assisto logo então me repudia
O cinismo de um sete de setembro
Quando vejo bem na boca de um estudante
Uma borracha incessante a mastigar
Enquanto este vai soberbo a desfilar
Sinto asco e vergonha num instante
Tudo isso só me deixa relutante
Mas eu olho o passado e relembro
Que até mesmo a bandeira de novembro
Fez melhor que o desfile de hoje em dia
Quando assisto logo então me repudia
O cinismo de um sete de setembro
Só me resta, triste escolha, a nostalgia
E dar vivas ao desfile do passado
Que era belo e tão bem disciplinado
Esbanjava com seu charme e simpatia
Nos semblantes só se via alegria
Era puro o sorrir de cada membro
Hoje em dia, só de ver eu me desmembro
Minha alma entra logo em agonia
Quando assisto logo então me repudia
O cinismo de um sete de setembro