O cinismo de um sete de setembro

Faz bom tempo que não vejo na cidade

Um desfile como havia antigamente

Que ficou impregnado em minha mente

Incrustado bem no campo da saudade

Era lindo, sem disputa e sem vaidade

Não havia nota pronta, bem me lembro

Era alegre como as festas de dezembro

Diferente da babel de hoje em dia

Quando assisto logo então me repudia

O cinismo de um sete de setembro

Quando vejo bem na boca de um estudante

Uma borracha incessante a mastigar

Enquanto este vai soberbo a desfilar

Sinto asco e vergonha num instante

Tudo isso só me deixa relutante

Mas eu olho o passado e relembro

Que até mesmo a bandeira de novembro

Fez melhor que o desfile de hoje em dia

Quando assisto logo então me repudia

O cinismo de um sete de setembro

Só me resta, triste escolha, a nostalgia

E dar vivas ao desfile do passado

Que era belo e tão bem disciplinado

Esbanjava com seu charme e simpatia

Nos semblantes só se via alegria

Era puro o sorrir de cada membro

Hoje em dia, só de ver eu me desmembro

Minha alma entra logo em agonia

Quando assisto logo então me repudia

O cinismo de um sete de setembro

Bosquim
Enviado por Bosquim em 21/05/2017
Reeditado em 03/09/2023
Código do texto: T6005630
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