PARA MUDAR O BRASIL TEMOS QUE MUDAR O POVO!
Nosso Brasil brasileiro
É terra de trambiqueiros
A vergonha é não levar
Esse monte de dinheiro
Pois roubar é natural
Por nativo ou estrangeiro.
O povo é conivente
Pois escolhe os políticos
De uma forma indecente
Sem o menor senso crítico
Por algum bônus barato
Como verme parasítico.
São diversas facções
Bancadas corporativas
Partidos de ocasião
Sem nenhuma expectativa
Que se vendem ao primeiro
Que assuma a sua dívida.
Os devotos da estrela
Os comparsas do tucano
A chama emedebista
Escorre podre no cano
As ferramentas operárias
Querem manter o engano.
A árvore demoniada
Tem frutos muito antigos
Que contaminam a cesta
Com os seus novos amigos
Os que podem se escondem
Em siglas como mendigos.
Evangelistas farsantes
Pecam e pedem perdão
Os ruralistas usurários
Mancham de sangue o chão
E os ricos empresários
Mandam em nossa nação.
Vendem carne maquiada
E leite adulterado
Obras desqualificadas
Equipamentos quebrados
Placebos remediados
Noticiário inventado.
Presidentes Senadores
Deputados vis venais
Ministros e até Juízes
Querem ganhar muito mais
Corroem a máquina do Estado
Com seus atos criminais.
Tem o pai e tem o filho
Tem o avô e o neto
O sobrinho e o cunhado
O irmão que é mais esperto
O poder hereditário
Não devia ser correto.
As pessoas que elegem
E defendem essas quadrilhas
Compactuam e querem
Acumular suas milhas
Mesmo sendo ilegal
Pra sustentar suas famílias.
Furam filas por aí
Estacionam em calçadas
Não devolvem o que acham
Pois se sentem agraciadas
Comem biscoito em mercados
E saem sem pagar nada.
Jogam o lixo no chão
Urinam ao pé do muro
Invadem as áreas públicas
Sem projetar o futuro
Com som alto para todos
E gato de luz no escuro.
Procrastinam suas contas
E caem na água dura
E não querem nem saber
Se aumentam a rachadura
Querem é ganhar um por fora
Corroendo a estrutura.
Riem no mundo virtual
Da própria realidade
Mas não tomam atitude
Só creem em pós-verdade
Vigiam a vida alheia
Na maior banalidade.
Como mudar o país
Sem mudar o nosso povo
Que já perdeu a esperança
Nem acreditam no novo
Trocam o voto valioso
Até por um pão com ovo?
Depois de tanta lambança
Desde que Cabral chegou
Monarquia e República
Ditadura que matou
Vimos que a Democracia
Por aqui nada mudou.
O marketing é quem dita
Quem será o escolhido
A beleza das imagens
Deixa a todos iludidos
O discurso da mentira
É o produto mais vendido.
Os tempos estão mudando
Ou outra farsa se instala?
Operação Lavajato
É sincera ou é só bala
Pra atingir inimigos
E mandá-los para a vala?
Varramos desse país
Essa raça de canalhas
Mau-caráter e escroques
Que cometeram essas falhas
Numa eleição direta
Empoderando a gentalha.
Banir os denunciados
Envolvidos sim ou não
Pois onde existe fumaça
Com certeza há um fogão
Fumegando fogo baixo
Da praga da corrupção.
Vamos escolher alguém
Que nunca teve o poder
Que prove a honestidade
E que nos faça saber
Que só com diretas já
É que iremos vencer.
Salvador, 20 de maio de 2017.