QUANTO SOFRE NESTE MUNDO, A MULHER DE CACHACEIRO
O viciado na cachaça
Da família tira a paz
Vende o botijão de gás
A mulher ele ameaça
Até faz uma desgraça
Para arranjar dinheiro
Age assim o biriteiro
Porque precisa de fundo.
Quanto sofre neste mundo
A mulher de cachaceiro.
O bêbado inveterado
Não se preocupa com ninguém
Ao pegar qualquer vintém
Logo toma um traçado
Bebe cachaça, quinado.
Torna-se um arruaceiro;
Um tremendo bonequeiro.
Chega em casa todo imundo
Quanto sofre neste mundo
A mulher de cachaceiro.
Se ele está de ressaca,
Derramando-se em prantos,
Diz que vai virar um santo.
Não meterá pé na jaca
Que não mais vira a casaca.
O porro foi o derradeiro.
Porém logo o embusteiro
Volta a beber furibundo
Quanto sofre neste mundo
A mulher de cachaceiro.
O cachaceiro se esquece
O que fez quando embriagado.
Deixa até mulher de lado
Vai beber numa quermesse
E nos bares amanhece.
Uns são bastante grosseiros;
Não respeitam os parceiros,
Nem mesmo os moribundos.
Quanto sofre neste mundo
A mulher de cachaceiro.
Tem um bêbado asqueroso,
Somente com nove dedos.
Que fez um grande enredo
Pra se livrar do tinhoso
Fez de modo tenebroso
Denúncia pra justiceiro,
Incriminou o embusteiro
Sua mulher morta, bem fundo.
Quanto sofre neste mundo
A mulher de cachaceiro.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA, MAIO/2017
O MOTE NÃO É MEU. POR DESCONHECER O AUTOR NÃO DIVULGUEI A ORIGEM. CASO VENHA A DESCOBRIR FAREI O DEVIDO REPARO.