O A NORMAL

O trabalhador já passa a vida em prisão domiciliar,

Isso sem ter cometido crime perante a sociedade.

Porque todo dia de manhã sai cedo para trabalhar,

E à noite retorna para casa em busca da felicidade.

Seu sonho de viajar, como sempre, vive sendo adiado.

Encantado com a paisagem da revista, alegre, interage.

E no fim de semana, sem grana, fica em casa trancado,

Isso quando o vizinho não chama para bater uma laje.

Já o safado corrupto, quando responde em liberdade,

Fica em casa descansado, nem um pouco preocupado,

Até ri da desgraça dos outros na maior perversidade,

Porque não é obrigado a devolver o dinheiro desviado.

Esse tratamento entre os seres é de brutal desigualdade,

Que enquanto protege o bem vestido que rouba imundo,

Patenteia a injustiça para aquele que labuta de verdade,

Escraviza a paz, quebra a consciência, gera o submundo.

Espero que em todos os setores floresça a honestidade,

E que não demore o momento do bom-senso vir à tona.

Pois é chegada a hora de ratificar o grito da liberdade,

Antes que toda essa baderna se transforme numa zona.

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