Mote: Todo aquele que se vende / Recebe mais do que vale.
Autora: Izabel Nascimento
Aracaju-Sergipe-Brasil
Izabel.cordel@hotmail.com
I
Tem gente que faz aposta
E perde, mesmo ganhando
Que a vida não dita quando
Mas sempre manda a resposta
O cifrão faz a proposta
Para que o desejo embale
Há quem nisso não se abale
Mas tem gente que se rende
Todo aquele que se vende
Recebe mais do que vale.
II
O errado é sempre horrendo
Mesmo que o mundo o faça
A verdade é uma graça
Mesmo sem ninguém fazendo
Qualquer preço é estupendo
Ante quem veja e se cale
Que o silêncio sempre fale
Pois quem observa, entende
Todo aquele que se vende
Recebe mais do que vale.
III
Corrupção é agravo
Em casa, a gente aprendeu:
Dinheiro que não for meu
Não quero nenhum centavo
Quem se vende vira escravo
Usa da maldade o xale
Que o cheiro do bem exale
Naquele que ao mal não pende
Todo aquele que se vende
Recebe mais do que vale.
IV
Pensando ser muito esperto
Mas toma o caminho errado
Dinheiro amaldiçoado
Não rende nem chega perto
Quem vê mas renega o certo
Tem medo que o mal resvale
Quando a ação não equivale
Ao que aquele olhar pretende
Todo aquele que se vende
Recebe mais do que vale.
V
O crime vira rotina
Na via da impunidade
Mentira vira verdade
A grana é quem determina
O valor de uma propina
Faz com que o mal de instale
E por mais que a mente estale
Quem faz não se arrepende
Todo aquele que se vende
Recebe mais do que vale.