UM hotel matuto

II Feira da Economia Solidária

Salvador 08/12/06

Meu amigo não se assuste

Com o nome desse cordel

Pois esta história cabulosa

Aconteceu num hotel

Foi quando a Anastácia

Vindo do interior

Não conteve a emoção

E numa rede deitou

Deitou e logo dormiu

Passando a noite todinha

E com o corpo bem disposto

Acordou de manhazinha

Naquele dia à noite

Quando ao hotel retornou

Já ia se acomodar

Mas a rede não achou

Todo mundo preocupou-se

Com a situação gerada

A rede foi proibida

Parecia uma piada

O hotel querendo ser chique

Inventou uma besteira

De dormir sempre no quarto

Nunca em rede ou esteira

A rede lá na parede

Era apenas ornamento

O pote,o cesto,a peneira

E até nosso jumento

Representando o nordeste

Apenas na ficção

As coisas da nossa gente

Viram ornamentação

Anastácia revoltada

Pensou em protestar

Mas arranjou uma cama

E foi logo se deitar

Hoje conta esta história

Este texto em cordel

Para a gente refletir

A postura do hotel

Quando eu dormir na rede

Me senti em liberdade

Como matuta feliz

Aqui na grande cidade

As redes foram guardadas

Acharam melhor assim

Melhor seria se eu pudesse

carrega-las para mim

você que me ouviu

não caia nesta ilusão

de enxergar o nordeste

como ornamentação

o nordeste é muito lindo

mas não é enfeite não

é vida,é realidade

é nossa sustentação

Anastácia
Enviado por Anastácia em 07/08/2007
Código do texto: T597458