O MOÇO E A MENINA.
Moço qual é o seu nome?
Não tenho nome menina
Sou frase que não termina
Sou o que surge e some
Sou o tempo que come
A terra dura batida
Sou o trago da bebida
Eu sou a situação
Meu nome é sim e não
Sou tudo e nada na vida.
Moço você tem destino?
Talvez,mas sou incerto
Sou rumo longe e perto
Viagem em desatino
Sou trilha do peregrino
Sou ladeira inclinada
Sou léguas de caminhada
Sou passo forte no chão
Caminho sem direção
Partida sem ter chegada.
Moço você tem desejo?
Somente o de viver
De ter sentir e ver
A lua da cor de queijo
De acordar com um beijo
Da fina flor do jasmim
De ir sem ver o fim
Do paraíso Divino
Com Deus sendo menino
Rimando perto de mim.
Moço você tem coragem?
Só guando estou com medo
Enfrento pau e rochedo
Me transformo em selvagem
O medo gera coragem
Em terreno perigoso
Prefiro ser um medroso
A um bravo valente
Que morre porque não sente
O medo tão valioso.
Moço você tem fé?
Sou um crente no mundo
Sou um ateu vagabundo
Sou um profano até
Mas se dói dou marcha ré
Não fico com os ateus
E vou ter com os judeus
Sem peso na consciência
E falo da onipotência
Da existência de Deus.
Moço você tem piolho?
Oxe já tive um dia,
Cabelo é hospedaria
De lêndea,caspa em molho
Eu sou igual a ferrolho
Quando a tinta não tem
Só abro o que convém
E fecho o que não presta
Por isso não faço festa
Na cabeça de ninguém.
Moço você tem saudade?
Ô menina curiosa,
Eu sou a dama manhosa
Cravada de vaidade
Suspiro lascividade
Sou eu a sofreguidão
Sou a dor no coração
Que da alma judia
Choro lembrando o dia
Que conheci a paixão.
Moço você tem compaixão?
Eu vejo a dor de um puro
Mas compaixão eu juro...
Eu sinto mais emoção
Sei até fazer sermão
Discurso emocionado
Critico meto o cajado
No lombo do inocente
Mas compaixão só se senti
Quando se é castigado.
Moço você tem respeito?
Até o pé do cabelo
E pra que possa eu tê-lo
Sou o irmão do bem feito
Meu pai me deu o direito
De caminhar com o justo
Ter o dever robusto
Para cumprir a missão
Pagar o ódio com o perdão
Sem importar com o custo.
Moço você tem...
Pare não pergunte mas nada
Eita menina danada,
Como essa ninguém
De onde é que você vem
Me responda por clemência
Qual o seu nome,penitência?
Não o meu nome atente
Eu moro na sua mente
E me chamo consciência.