COM A MÃO NAS CADEIRAS
Miguezim de Princesa
I
A Câmara Legislativa
É uma casa altaneira.
- Ai de Brasília sem ela! -,
Dizia Miúda Fateira,
Antes de ler a notícia
Sobre a compra de cadeira.
II
- A compra é inadiável -,
Justifica o deputado.
- As outras já tinham um ano,
Tinham o couro desgastado
E ofereciam perigo
A quem estava sentado.
III
Um dia um parlamentar
Chegou na Casa irritado,
Andando com a perna aberta,
Com um gemido acochado,
Alegou que foi o couro
Que já estava estragado.
IV
Um chefe de gabinete
Soltou uma rabanada,
Ameaçou dar uma surra
Numa certa deputada,
Descobriram que ele estava
Com a hemorroida inflamada.
V
- Vamos trocar as cadeiras,
Sai o velho e entra o novo,
Ninguém mais esquenta a bunda
Nem deixa gorar o ovo,
Que dinheiro é pra gastar,
Inda mais sendo do povo!