Tá bonito pra você
Tá bonito pra chover
No bonito dos teus olhos
Bonitos são esses molhos
De cachos a se mexer
Tão bonito é de ver
Que aduba meus anseios
Minguam os meus receios
E cresce o meu desejo
De dá um solene beijo
No macio dos teus seios.
Tá bonita tua mesa
Com manjares variados
Atiçando meus pecados
Minando minha fraqueza
Diante dessa beleza
Meu paladar se arvora
Meu apetite aflora
Uma vontade tão louca
De jantar a tua boca
Me servir da tua amora.
Tá bonito esse vestido
No bonito do teu corpo
Vai do pé ate o topo
Em linho azul cumprido
Ca eu fico ofendido
Por não poder mandar nele
Eu queria ser aquele
Que ao pano proibisse
Pra ele não te vestisse
Pra que te visse sem ele.
Bonito é ver o remanso
Das águas do teu sorriso
Bonito é o paraíso
No céu do teu rosto manso
Bonito é ver o avanço
Do teu riacho correndo
Batendo e contorcendo
Na padra dura da gruta
Bonito ver tua fruta
Em meu pomar florescendo.
Tá bonito sei que tá
Aquilo que tu oculta
Na fenda da tua gruta
Grande mistério há
O que escondes por lá
Nenhum lobo pode achar
Ninguém há de encontrar
O que tens na cavidade
Mas por tua caridade
Me deixas-te penetrar.
Tá bonito pra colher
Esse teu fruto maduro
O caldo coo e apuro
Depois boto pra ferver
Dele só eu vou solver
Toda a tua doçura
Sentirei tua textura
Densa doce e mole
Que tomarei em um gole
Em cuia de fibra dura.