O AÇUDE QUE FOI TROCADO POR UM PRIQUITO

Na cidade de Varjota

Terra do padre Macário

Da Teresa Severino

Namorada do vigário

Juscelino fez açude

Que mudou aquele cenário.

Para construção do açude

Surgiu um grande dilema

Encontrar-se um terreno

Que nao tivesse problema

E sua desapropriação

Fosse bastante serera.

O terreno mais adequado

Era a Fazenda Priquito.

Porém a sua proprietária

Deixou todo mundo aflito

Ao se recusar a vender

Um pedaço do bendito.

Ser do padre namorada

Fez a dona da fazenda

Para vender a sua terra

Criou uma grande contenda;

Pois só dava seu priquito

Por quantia estupenda.

Com o alto preço pedido

Por um velho Priquito

O negócio ficou inviável

E pra resolver conflito

Era preciso se ter

Mediador expedito.

A pessoa mais indicada

Não morava no lugar.

Na Fazenda Lagoa Grande

Mandaram logo buscar,

Um famoso mediador,

O coronel Baltazar.

O coronel mediador

Foi atender o presidente

Pra resolver o negócio

Ligeiro e rapidamente

Fazer o Açude Araras

Com água pra muita gente.

Mas a dona do Priquito

Já velho e emaranhado

Ainda criou alguns problemas

Junto com seu namorado

O coronel Baltazar

Então se viu obrigado

Por um priquito improdutivo

Das suas três propriedades

O melhor pedaço dar

Em prol de toda a cidade

Pra Reriutaba o Arara

Traria prosperidade.

E se não fosse um priquito

Na cidade de Varjota

Hoje não haveria água

Nem pra lavar a xoxota.

Mas com açude bendito

A água não mais esgota.

Graça ao grande coronel

Há progresso na cidade.

A seca que metia medo

Não é mais calamidade.

Um banho naquele açude

É turismo na cidade.

Do Ecopark Urubu,

Projeto de grande porte,

Avista-se o grande açude

De Guaraciaba do Norte.

O projeto é dum neto

Daquele coronel forte.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, MARÇO/2017