Frei Dimão exorta às provações
De meu Templo os vendilhões
farei questão de expulsar
e mandá-los-ei aos grilhões
do inferno, forja sem par
E todo sepulcro caiado
eu mandarei descascar
diante dum rijo prelado
que ninguém ouse tretar
Ao egrégio ministro Moraes
mandarei os recalcitrantes
ele que é muito, e demais,
reporá o Quartel de Abrantes
Esse feirante atrevido
que encarece a macaxeira
será o primeiro punido
algema e tornozeleira
Quanto à musa do Recanto
que não sai de Araçatuba
farei verter amargo pranto
por pôr Jucá na suruba
Quitutes de Kathmandu
bem a fundo, investigados,
serão banquete em Bangu
para apagarem pecados
E vou mandar obturar
o dente único de Gog
no Apocalipse sem par
quero é que o ganso se afogue
Os poemas erotizantes
da ninfa de Fortaleza
eu desfrutarei o quanto antes
quando a pica for lá tesa
Esse meu humilde cajado
esculpido no pau-santo
espero será osculado
por Norma com beijo santo
E jamais permitirei
que quem ao Harém tiver ido
venha passando por santo
por tanto ter currompido...
Páscoa requer sacrifício
e a mais completa abstinência
e quem tiver orifício
que PECque na imPrevidência
Está duro ser Pastor
de ovelhas tão tresmolhadas
porriço, lanço um clamor
pra que sejam imoladas
E cuidado com a serpente
que por anjo quer passar
manterei Janaína à frente
pra feroz, a pisotear...
Ao céu todos levarei
ao cabo das peni(s)tência
mas aquele que folgay
leva círio com todardência...