DESESPERO DE UM CAMPONÊS

Vejo aqui o sertão pedir clemência

Com a seca terrível que domina
Não se vê mais o verde da campina
O arbusto sem força pra brotar
 
Não tem água correndo no riacho
A reserva do açude é muito baixo
O camponês que sempre foi um cabra macho
Já perdeu a esperança de lutar
 
A vaquinha, não dá leite pras crianças
Por não ter alimento pra comer
O vaqueiro não sabe o que fazer
Pra não ver o rebanho dizimado
O cavalo, tão magro tá cansado
Não encontra mais forças pra correr
O relâmpago depois do anoitecer
Não clareia no alto atrás da serra
Sem ter chuva caindo aqui na terra 
Camponês não tem chance de viver
 
 
Rogério Nascimento
 
 
ROGÉRIO NASCIMENTO
Enviado por CORDEIRO de ITIÚBA em 17/03/2017
Reeditado em 17/03/2017
Código do texto: T5944136
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