PELEJA DE ZÉ LACERDA COM O POETA MANDACARU

Zé Lacerda

Convido meu companheiro

A falar sobre o sertão

Essa grande região

De poeta alvissareiro,

Meu Nordeste brasileiro

Onde a chuva está faltando

Estou sempre indo e voltando

Comandando a poesia,

Pra mim é grande a alegria

De estar contigo glosando.

Mandacaru

Eu estava trabalhando

Minha mulher me ligou

Para dizer que comprou

Carneiro, estava tratando

No tempero preparando

Também vai fazer feijão

Com mocotó de leitão

E também vai ter buchada

Saudade da carne assada

No braseiro do fogão.

Zé Lacerda

Isso é típico do sertão

Assar carneiro na brasa

Buchada de bode arrasa

Com cinzano e alcatrão

A cachaça do sertão

Muita gente dá valor

Pena que o agricultor

Estão todos indo embora

Foram procurar lá fora

O que no sertão faltou.

Mandacaru

A casa que mamãe morou

Hoje não mora ninguém

Mas na casa toda tem

Pedaços do que sobrou

Fogão que ela cozinhou

Pra todos os moradores

Sobrou só os abanadores

Ruídos pelas formigas

Aquelas panelas antigas

Serve pra vasos de flores.

Zé Lacerda

Sertanejo sente as dores

De ver uma planta morrer

Mas sem água pra beber

Só lhe resta esse horrores,

Fica a lembrar dos valores

Do sertão de antigamente

Vamos cantar para a gente

Esquecer essa agonia,

Vamos beber poesia

Na cacimba do repente.

Mandacaru

Vou mostrar o meu sertão

Cantar e fazer meu verso

Pro mundo, pro universo

O valor que tem meu chão

Meu amor minha paixão

O brilho da minha mente

A cultura da minha gente

Todo o planeta aprecia

Vamos beber poesia

Na cacimba do repente

Zé Lacerda

Sertão, humor e poesia

É o que eu vivo pregando

Estou sempre relembrando

Os tempos de cantoria

O fazendeiro fazia

Festa para sua gente

Hoje o sertanejo ausente

Sobrou a melancolia,

Vamos beber poesia

Na cacimba do repente.

Zé Lacerda e Mandacaru do Amazonas
Enviado por Zé Lacerda em 15/02/2017
Código do texto: T5913472
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