Um peido debaixo do edredom
I
Se alguém soltar um peido
Debaixo do edredom
Quem tá fora não escuta
Porque ele abafa o som
Mas quem tá debaixo dele
É que sabe o que é bom
II
Digo bom por ironia
Pois acordar numa estufa
Sem conseguir respirar
Devido ao fedor da bufa
O cabra pra não morrer
Se descobre e grita – Ufa!
III
Aí o cheiro se espalha
E incensa o ambiente
Até o autor da bufa
Que estava indiferente
Quando respira o fedor
Fica meio inconsciente
IV
Foi assim que aconteceu
Comigo e minha patroa
Tava um friozinho bom
Caía uma garoa
A gente ali abraçado
Nunca vi coisa tão boa
V
Eu não sei que hora era
Mas sei que era bem tarde
Então ela soltou um
Daqueles que a venta arde
Derrete os pelos da bunda
Até o pijama encarde
VI
Meu camarada eu lhe digo
Nunca vi tanta aflição
Meus olhos lacrimejaram
Fiquei sem respiração
Parece que o gás da bufa
Queimou até meu pulmão
VII
Eu dei um pulo da cama
Ariado no escuro
Tentando achar a janela
Pra respirar um ar puro
Não pude chegar a tempo
Desmaiei e caí duro
VIII
Fui tomar oxigênio
No Hospital Agamenon
Passei um mês internado
Mas nunca mais fiquei bom
E juro que nunca mais
Vou dormir com edredom