Um peido debaixo do edredom

I

Se alguém soltar um peido

Debaixo do edredom

Quem tá fora não escuta

Porque ele abafa o som

Mas quem tá debaixo dele

É que sabe o que é bom

II

Digo bom por ironia

Pois acordar numa estufa

Sem conseguir respirar

Devido ao fedor da bufa

O cabra pra não morrer

Se descobre e grita – Ufa!

III

Aí o cheiro se espalha

E incensa o ambiente

Até o autor da bufa

Que estava indiferente

Quando respira o fedor

Fica meio inconsciente

IV

Foi assim que aconteceu

Comigo e minha patroa

Tava um friozinho bom

Caía uma garoa

A gente ali abraçado

Nunca vi coisa tão boa

V

Eu não sei que hora era

Mas sei que era bem tarde

Então ela soltou um

Daqueles que a venta arde

Derrete os pelos da bunda

Até o pijama encarde

VI

Meu camarada eu lhe digo

Nunca vi tanta aflição

Meus olhos lacrimejaram

Fiquei sem respiração

Parece que o gás da bufa

Queimou até meu pulmão

VII

Eu dei um pulo da cama

Ariado no escuro

Tentando achar a janela

Pra respirar um ar puro

Não pude chegar a tempo

Desmaiei e caí duro

VIII

Fui tomar oxigênio

No Hospital Agamenon

Passei um mês internado

Mas nunca mais fiquei bom

E juro que nunca mais

Vou dormir com edredom

Edmilton Torres
Enviado por Edmilton Torres em 09/02/2017
Reeditado em 09/02/2017
Código do texto: T5907719
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