QUEM MORRE NO SÍRIO LIBANÊS VIRA SANTO NO SUS INDIGENTE

Quem morre na fila do SUS

Não é ovacionado;

Mas no Sírio Libanês,

Mesmo com dinheiro roubado,

Para transformar em santo

Só falta ser consagrado.

Depois que a pessoa morre

Esquecem o seu papel,

Ainda que para o povo

Tenha sido infiel,

E dele se aproveitado;

Sua grana torrou a granel

Com jantares, cabeleireiros,

Bem distantes de Brasília.

De onde roubou peças de arte

Escondidas em mobília,

Levadas em vários veículos

Como acervo da família.

Senadores, deputados,

Governadores, presidente

Políticos de todos credos

Homenageiam o indecente

Do marido da defunta,

Que explora o incidente,

Culpando um nobre juiz

Pela morte da impostora.

Querendo-a fazer de mártir

E uma grande sofredora.

Como se fosse injustiça

Investigar a pecadora.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, FEVEREIRO/2017