MELANCOLIA...
MELANCOLIA...
É tarde cinzenta e fria
na região cariri
impera melancolia
só o vento faz-se ouvir
na sua pressa, agonia
prenuncio de fim do dia
avisa a bem ti vi.
Venta muito, venta forte
desperta o velho guerreiro
caboclo aqui do norte
não mete a mão em vespeiro
cochila numa oração
que transformada em canção
torna o momento fagueiro.
O vento varrendo a terra
tira a sujeira do chão
o ser humano que erra
em nada presta atenção,
a folha seca se vai
na sua mesmice cai
não busca a paz do perdão.
Tal qual a folha caída
em pleno tempo de estio
alguma lágrima contida
aluga o peito vazio
ouvindo a voz da saudade
bons ventos, soprem a vontade
esfriando ardor febril.
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Cai a tarde sombria e serena
quando a sombra da noite vagueia
natureza de paz, morna plena
e a ultima ave gorjeia
se despede o sol, vai embora
numa prece lembremos agora
são seis horas, a hora da ceia.
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Segue o vento, segue o teu destino
e leva contigo as sobras do passado
e deixas apenas o sonho de menino
que ao ser adulto, vivia acorrentado
quebre as amarras para ele se soltar
e nas carícias mais estranhas se esbaldar
e desta forma se sentir realizado.
O Rimador.