sextilha, pra refletir
Aqui ninguém quer morrer
Mas a vida é uma batalha
Não adianta fugir
Pra escapar da mortalha
O chão come o homem bom
Mas também come o canalha.
O magistrado trabalha
Pra exercer o juízo
E o deputado ladrão
Pra o país dá prejuízo
E o cascavel só ataca
Depois que balança o guizo.
Pra chegar ao paraíso
Precisa ter alma pura
O mentiroso convicto
Muito tempo não perdura
E o homem de boa índole
Com ladrão não se mistura.
Quem morre se desfigura
E vai morar dentro do chão
O sol ao romper da aurora
Clareia a imensidão
E nos transmite uma energia
Que faz bem pra o coração.
Quem briga perde a razão
Também perde a sensatez
Ao invés de ser ansioso
Saber esperar a vez
E pra o pensamento confuso
Um choque de lucidez.
Quem engana fere as leis
E agir certo é uma virtude
O homem que é insensível
Pode se chamar de rude
E humildade é o remédio
Melhor que tem pra saúde.
O caixão é o ataúde
Que ninguém deseja ter
A mortalha veste o morto
Para a terra lhe comer
O homem de nada sabe
Mas de tudo quer saber.
Pra quem quer sobreviver
Tem que lutar ser ativo
Eu pra desistir da vida
Vez em quando acho um motivo
Muitos me botam pra baixo
Mas pra mim é incentivo.
O espírito compassivo
De Deus alcança o perdão
Ser generoso é virtude
Saber dividir o pão
E um gesto de humildade
fortalece o coração.
Quem foge a lei da razão
Não tem razão quando fala
O humano é depressivo
Quando a saúde lhe abala
A velhice faz o homem
Depender de uma bengala.
Eu vou garimpando opala
No meu garimpo da vida
Fico sempre embriagado
Sem provar de uma bebida
E o coração é a pedra
Que só o tempo lapida.
Opinião dividida
Quem faz a democracia
Quem promete o que não tem
Defende a demagogia
E muitos querem ser político
Por causa da regalia.