SOBRE OS DEZ MANDAMENTOS

(Joésio Menezes)

Se Jesus hoje voltasse

E nessa terra pisasse,

De desgosto morreria,

Pois os bons ensinamentos

Que há nos Dez Mandamentos

Aqui não mais têm valia.

Culpa da humanidade

Que, sob a tal vaidade,

Desrespeita as Leis de Deus

Pra viver, lado a lado,

Com o limo do pecado

Em prol dos prazeres seus:

O Deus que o homem ama

É o deus que lhe traz fama:

O chamado “deus cifrão”.

Mas quando Dele precisa,

O homem se fanatiza

E usa Seu nome em vão.

Faça frio, faça calor,

O domingo do Senhor

O homem não mais o guarda;

Mas se é dia de festa,

Ele então se manifesta

E Deus vai pra retaguarda.

O homem, depois que cresce,

Quase sempre ele se esquece

De honrar os próprios pais,

Que dão até suas vidas

Pelas mal-agradecidas

Crias sem dons paternais.

Esse quarto Mandamento

É para Deus um tormento

Por causa do desrespeito

Aos queridos genitores,

A quem devemos louvores,

Carinho, amor, respeito...

Mas pra alguns dos filhos Seus,

Os Mandamentos de Deus

São metáforas errantes

Sobre os “racionais”

Que, por motivos banais,

Matam os seus semelhantes.

E se não bastasse isso,

O homem, não mais castiço,

Peca contra a castidade,

Às vezes dando guarida

Para que a sua vida

Seja de promiscuidade...

Porém, como não há nada

Numa vida desregrada

Que não possa piorar,

Totalmente dominado

Pelo ranço do pecado,

Ele começa a roubar.

Ele, mata, rouba, mente

E se faz de inocente,

Mesmo com arma em punho...

E pensando se dar bem

À custa d’outro alguém,

Falso é seu testemunho.

O homem sem compaixão

Não tem Deus no coração

Nem teme nenhum castigo;

E sem receios quaisquer,

Ele deseja a mulher

Do vizinho, do amigo,

Pois vê prazer no pecado

De destruir o sagrado

Lar construído por Deus;

Na maior desfaçatez

Ele diz que nada fez

Contra os desígnios Seus.

O homem nem se dá conta

Do caos que sempre apronta

Quando o mal ele semeia;

E sem medo de pecar,

Ele passa a cobiçar

Também as coisas alheias...

Infiéis e desatentos

A todos os Mandamentos

De Deus-Pai, nosso Senhor,

O homem e o pecado

Seguirão, lado a lado,

Propagando o desamor.