Linguajar Cearês
Arre égua abestado
Deixa de ser bunequeiro
Cu de cana presepeiro
Só vive de nariz empinado
Fuleiragem espritado
Que tem um rei na barriga
Tua mãe é uma rapariga
Tu és a dor de um trupicão
Comigo não fresque senão
Não vai ter mais fim a intriga
Tu não passas de abirobado
É um baitola batoré
Nasceu em um cabaré
Teu pai é amancebado
Vive chei dos paus ingembrado
As pernas todas zambetas
Já vai bater a caçuleta
Não vem comigo frescar
Todos de ti vão mangar
Sua marmota perneta
Deixa de me arrudiar
Estou numa quenga fumando
Vai acabar-me aperriando
Para de leriado zuadento
Sibite baleado fedorento
Se tu em mim um dedo triscar
Sou capaz de te capar
Te mandar pra baixa da égua
Te dar um salga pai d ‘égua
No mato vou te rebolar
O cabra já baqueado
Temendo o salseiro
Pediu penico ao poiteiro
Com os fundos todo breado
Os cambitos já cagados
O ceroto escorrendo
Avexado saiu correndo
Só o oco e a catinga
O bucho cheio de pinga
Parecia está empanzinado
Ficamos a bebericar
Com o bolso estribado
Todo emperiquitado
Pra uma nega engabelar
Pedi mais um celular
Com tira gosto de panelada
No cabelo dei uma garibada
Parece que fui ao gabinete
Eu gosto que me respeite
Por minha aparência apetrechada
Não vou aqui enredar
Pois não gosto de frescura
Sou doce que nem rapadura
Gosto de andar engomado
Sem inhaca perfumado
Não faço hora com ninguém
Se quiser um macho réi você tem
Não falo miolo de pote
Catiroba não há quem suporte
Gente sem futuro não vale um vintém
Gosto de gato réi com sustança
Quenga que me dá o xinim
É só o mi, ela diz pra mim.
Verminoso parto com pujança
Sem bater fofo ela não me cansa
Avalie a empeleita!
As pernas em forma de cruzeta
Dou o grau numa pimbada
Não faço hora quando escanchada
No ato todas me respeitam.
AUTOR: JOABNASCIMENTO
DATA: 23/08/16
Recanto das Letras: JOABNASCIMENTO
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Imagem: diariodopoder.com.br