A PRETA DE FÉ DO FÊ
Amor jogo perigoso
A leitura do tal coração
O olhar despretensioso
Não entende sua interjeição
Da asa a aquela entrega
Se correr o bicho pega
Mas se ficar é paixão
Os meus, olhar a distancia
Sou “a preta” e dele a amada
“Ah! Essas nossas crianças,
Que nada não morre afogada”
Não seja fogo de palha
Quem soma não atrapalha
Não vai com a ventarada.
Envoltos no bailar da lua
Os corpos e as incertezas
Dançando no meio da rua
O estereótipo da beleza
Pra mesa não traz fartura
No intimo da candura
Se esconde a maior riqueza.
Meus cachos são feito ondas
Que embala o nosso amor
A noite inteira de ronda
A inocência já me deixou
Alimentando o prazer
Provando o gostoso querer
Sentido assim que beijou
Ah! Veja quanto querer
Dentro do coração
Dois corpos um só prazer
Vontades, delírios, paixão,
Futuro incerto, inconstante
Uma trama inebriante,
Um jogo de sedução
O tempo passa lentamente
No jardim uma linda rosa
Amanhece alegre e contente
Aromatizada e garbosa
Envolta pelos abraços
Adormece de cansaço
Realizada e orgulhosa
Uma fera selvagem e felina
Amável e protetora
Fiel, fechamento da rima
Ás vezes provocadora
Na vida eu brigo eu danço
Aquele que espera não alcança
Por isso sou devoradora
Guerreira, menina mulher
Que luta pelo que crê
Estou pronta pro que der e vier
Não provoque não pague pra ver
Se eu quero eu vou conquistar
Se é meu ninguém vai me tirar
Sou a preta de fé sou do Fê.