O DESESPERO DA DIREITA (22/12/2016)

Por Gecílio Souza

01) Com a ira de cidadão

Faço uma denúncia ao planeta

O Brasil se tornou vítima

Da mais sórdida e vil mutreta

A potência de outrora

Reduziu-se à republiqueta

Um séquito de criminosos

Pôs o povo na roleta

Cassaram a voz das urnas

Com sarcasmo do capeta

Sem escrúpulos instituiram

A “democracia” de proveta

Sequestraram o poder

E se puseram à espreita

Contra quem se insurgir

E o respeito ao voto exigir

Da sádica e golpista direita

02) É uma verdade trágica

Que jaz em nossa cultura

Um saudosismo latente

Nostalgia da ditadura

Uns pseudo democratas

Que exibem “boa” postura

Na efetividade da vida

Expõem sua real armadura

Os atos são série de nacos

Que formam sua estrutura

Anacrônica e intolerante

Preconceituosa envergadura

Lhes sobram vileza e arrogância

Lhes faltam respeito e ternura

Inimigos do “comunismo”

Defensores do “cristianismo”

“Amam” o criador e matam a critura

03) A partir de 2003

Conforme o nosso calendário

As elites nacionais

Num lance extraordinário

Montaram um complexo plano

Articulado e temarário

As forças conservadoras

Se irromperam do armário

Firmaram uma grande aliança

De perfil autoritário

Mídia grande e o parlamento

E o clero refratário

Ao sopro dos novos tempos

De cunho mais libertário

Grupos empresariais

E igrejas pentecostais

Se uniram ao judiciário

04) O pacto sado-macabro

Uma rede complexa e densa

Gradativamente avançou

Silenciosa mas intensa

Com o aval da extrema direita

E a pronta adesão da imprensa

Plantando factóides e boatos

Barganhando recompensa

Pretendendo alienar

Essa sociedade imensa

Com verbas públicas e privadas

A burguesia se anto-incensa

Mas suas manobras explícitas

Vêm deixando a nação tensa

Seu mote é a seletividade

Que escamoteia a impunidade

Desta elite sócio-infensa

05) No ano de 2006

Numa grande simulação

Criaram e massificaram

A lenda do “mensalão”

A mídia grande festejou

Em ostensiva exibição

Liquidou biografias

Histórias e reputação

Insuflou a hostilidade

Com falsa denunciação

“Induziu” os justicialistas

A atirarem na prisão

Expoentes da esquerda

Figuras de grande expressão

Sem prova e sem substância

Se sustentam na jactância

E na pura convicção

06) 2013 foi marcado

Pela onda neo-liberal

Gigantescas manifestações

Reabilitaram a espinha dorsal

Do falso puritanismo

Farisáico e patriarcal

Vestindo o verde a amarelo

Fiéis de um só ritual

“Fora Dilma, fora PT”

“Origem de todo mal”

Corrupção nunca mais

Se transpuseram ao pedestal

Uma classe branca e rica

Beócia e anti-intelectual

Com apitos e paneladas

Copulou com a TV Global

Seus markhetings ininterruptos

Elegeram os maiores corruptos

Para o Congresso Nacional

07) No ano de 2014

Dois episódios emblemáticos

Marcaram o início do fim

Dos avanços democráticos

A onda conservadora

Constituída de lunáticos

A direita e a extrema direita

Patrocinaram os fanáticos

Lançaram uma operação

De matizes burocráticos

Promovendo magistrados

E procuradores midiáticos

Pretensos anti-corrupção

Exibicionistas enfáticos

Simulacros da moral

Com receituários fantásticos

Criaram a tal lava jato

Com o genoma do tucanato

Forjaram fatos dramáticos

08) Novembro daquele ano

Em eleições competitivas

A nata da sociedade

Com escusas tratativas

Difundiram o terror

Em campanhas agressivas

Sabotaram o resultado

Judiciais ofensivas

As oligarquias pedantes

Odientas e vingativas

Foram enxotados nas urnas

Quatro vezes consecutivas

Inconformadas recorreram

Às ilegais alternativas

Criaram um Estado burlesco

Excepcional e policialesco

Das conduções coercitivas

09) Os golpistas réus confessos

De um cinismo magistral

Deram um golpe à la Honduras

Torpe e muldimensional

Os três poderes e a mídia

Numa cópula surreal

Destituiram uma presidenta

Legítima e constitucional

Empossaram uma quadrilha

Presidida por um boçal

Anti povo e incompetente

Subalterno do capital

Office boy do Tio Sam

Bobo útil e instrumental

Um certo fantoche Michel

Executa o ignóbil papel

De mordomo cordial

10) O boyzinho Sérgio Moro

Um vampiro enregecido

Quer ser o Baltasar Garzón

Mas em pólo invertido

Absolve os ditadores

O corrupto, o bandido

Encarna o Savanarola

Torquemada empedernido

Tucanos são ininputáveis

Nenhum sequer foi punido

A presunção de inocência

O Moro lhes tem conferido

Quando o assunto é com petistas

O Sérgio se sente ofendido

Seu sangue tucano ferve

Lhe causa demência e prurido

Convicções são sua lupa

Petistas têm presunção de culpa

A testemunha é o partido

11) Com os olhos em 2018

A máquina fscista se aquece

A campanha consevadora

A galope se recrudesce

Esta elite brasileira

Nenhuma sociedade merece

É tacanha e presunçosa

Não retrocede nem se esmorece

De erradicar a esquerda

E o legado que país reconhece

Com a imprensa mercenária

Planta infâmias e as reaquece

Suas travessuras anti-éticas

É a população que padece

Querem banir o metalúrgico

Mas o povo não o esquece

Lula é líder, é campeão

Tal qual a massa do pão

Quanto mais apanha mais cresce

12) Quantos destemidos homens

De história e tradição

Cedo foram para a luta

Pela redemocratização

No período mais sombrio

Enfrentando o pelotão

Vários deles se exilaram

Em algum país irmão

Muitos deles torturados

Ou mortos pela repressão

Centenas desapareceram

E desaparecidos estão

Enquanto os vestais de hoje

Faziam genuflexão

Ao regime militar

O terrorismo de então

Para agora um tal juiz

Arrogante e aprendiz

Querer conduzir a nação

13) Esse tucano de toga

É infame e desprezível

Um maquiavélico inábil

De postura extorquível

Formou com procuradores

Uma corriola incrível

Execram seus desafetos

Numa sordidez terrível

Adotaram o Powerpoint

Método por si incompatível

Com a função de julgador

Mas têm um plano exequível

Revogaram a carta magna

Tudo se tornou possível

Deter o ex-presidente

Que nas urnas é imbatível

O grupelho se articula

Para em breve prender Lula

Ou torná-lo inelegível

14) Os neopaladinos da ética

Do conservadorismo volácio

Que dita o saber jurídico

Mas filosoficamente pascácio

Os pseudo-democratas

Possuem um DNA fáscio

Da história do Brasil

Não leram sequer o prefácio

Um bando de caras pálidas

Dejetos do gazofilácio

Nascidos em berço de ouro

Na mansão ou no palácio

Notórios inimigos de Lula

Impuseram-lhe um cartapácio

Mil Moros e mil Dallagnóis

Não valem o cheiro dos lençóis

Nem o chulé de Luiz Inácio

Oiliceg
Enviado por Oiliceg em 24/12/2016
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