A Morte

Morte não gosta de rima

Não tem irmã, não tem prima

Ninguém pra compartilhar.

Não se incomoda com choro

E nem tão pouco com coro

Vem sempre sem avisar.

Ela vem na escuridão

E vem também no clarão

Quem pode a contrariar?

Ela não tem hora certa

E está sempre'm alerta

Não dorme'm nenhum lugar.

Ela não sente vergonha

Não dorme, também não sonha

Na briga, só quer ganhar.

Não existe morte mansa

A morte nunca descansa

Seu negócio é separar.

A morte nunca adoece

Não necessita de prece

Nunca vem pra perdoar.

Todo mundo, ela conhece

A morte nunca perece

Trabalha sem se cansar.

Quero dizer que pra morte

Não tem azar, não tem sorte

Todos vão a enfrentar.

A morte, ninguém não vence

Na morte, você não pence

Pra não se desanimar.

É melhor pensar na vida

A morte, às vezes convida

Antes do tempo chegar.

Tem gente que dá ouvido

Ao convite, mas duvido

Que quem tá bem, aceitar.

Para a morte, não há sina

Leva menino, menina

Também o velho gagá.

A morte não desatina

Jamais recebe propina

A sua função é levar.

Tiago Duarte
Enviado por Tiago Duarte em 06/12/2016
Código do texto: T5845722
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