A Morte
Morte não gosta de rima
Não tem irmã, não tem prima
Ninguém pra compartilhar.
Não se incomoda com choro
E nem tão pouco com coro
Vem sempre sem avisar.
Ela vem na escuridão
E vem também no clarão
Quem pode a contrariar?
Ela não tem hora certa
E está sempre'm alerta
Não dorme'm nenhum lugar.
Ela não sente vergonha
Não dorme, também não sonha
Na briga, só quer ganhar.
Não existe morte mansa
A morte nunca descansa
Seu negócio é separar.
A morte nunca adoece
Não necessita de prece
Nunca vem pra perdoar.
Todo mundo, ela conhece
A morte nunca perece
Trabalha sem se cansar.
Quero dizer que pra morte
Não tem azar, não tem sorte
Todos vão a enfrentar.
A morte, ninguém não vence
Na morte, você não pence
Pra não se desanimar.
É melhor pensar na vida
A morte, às vezes convida
Antes do tempo chegar.
Tem gente que dá ouvido
Ao convite, mas duvido
Que quem tá bem, aceitar.
Para a morte, não há sina
Leva menino, menina
Também o velho gagá.
A morte não desatina
Jamais recebe propina
A sua função é levar.