Carta pro Dotô Sergio Moro

Airam Ribeiro

Veno tanta dizisperança

E duns pulitico sem amô

É qui inxí de confiança

Para iscrevê pru sinhô

Dizê de como já sente

Esse povo brava gente

Qui já nun tem muito valô.

Meu amigo Sérgio Moro

Falo daqui dos cafundó

Nun vai guentá dizafôro

Desses qui faiz cabriocó

Ocê é a nossa esperança

Estamos aqui numa ânça

De vê os ladrão no xilindró.

Nun tenha medo amigo

Todos nóis tamo ciente

Ocê será o nosso abrigo

E tamém nosso Tiradentes

Aqui peço em clemênça

Nos ajude voça celênça

Não abandona noça gente!

Nóis tá dizacreditado

Dos nóços pulitiquêros

Qui in cada canto do estado

Só tá pensano no dinheiro

Só nun tamo nu fundo do poço

Pruquê tem o sinhô moço

Um ilustre brasileiro.

Estamo todos em oração

Para ocêis da lava jato

Da capitá ao buquêrão

Nóis já sabe qui é fato

Qui a currupição se alastra

Intão pirciza pô um basta

Na robaiêra desses rato.

O congréço nacioná

Ta quase contaminado

Pelas currupição anormá

Qui se alastra no senado

Lá só tem uns dois qui resta

Nun há mais ninguém qui presta

Inté na crama dos deputado.

Pur iço meu bom amigo

Aja cum catilogênça

Coidado cuns inimigo

De filosofia concênça

As lei qui eles tão a fazê

É pra o dotô nun ir prendê

Mais sei qui já tem conciênça.

Nos ajude ecelênça dotô

Vosmicê é a noça sarvação

Falo daqui donde eu tô

Nos longíco buquêrão

Estamo pedindo a Jesus

Qui todos eles ocê conduz

Para dento do camburão.

Descurpa os erro do matuto

Neças mau traçada linha

Nun sô lá muito astuto

Nem nun sei como iscrivinha

Nun tô aqui cum izagêro

Só sinto o drama do brazilêro

Qui já perdeu tudo qui tinha.