PINÓQUIO
Peço permissão aos que já leram para republicar este cordel.
Para você que vai ler
Este trabalho em cordel
Eu transformei uma fábula
Num novo e belo painel
Como quem fica lembrando
A infância num carrossel
A prosa trata de um homem
Conhecido carpinteiro
Sua graça era Gepeto
Laborava o dia inteiro
E o povo lhe conhecia
Como “o velho bonequeiro".
Trabalhava no sertão
Muito hábil, com fantoche
Do público pouco se ouvia
Um reclamo ou um deboche
Quando isso acontecia
Dele partia o reproche
Certo dia ele inventou
E fez um lindo brinquedo
De madeira, um boneco,
Do qual ele teve um medo
Pois o boneco falou
Só que lhe pediu segredo
Gepeto ficou feliz
No olhar, surgiu um brilho
A vida estava completa
O destino entrou no trilho
Logo surgiu o desejo
De nomear o seu filho
Pinóquio foi o seu nome
Dado por Gepeto, então
A fim de que no nordeste
No mais longínquo rincão
Fosse dado a conhecer
O boneco do sertão
O boneco especial
Pelo pai, matriculado
Não quis saber da escola,
Não foi alfabetizado
No teatro de bonecos
Ele sempre era encontrado
Por ele ser diferente
A ganância se instalou
No gerente do teatro
Que muito lhe explorou
Quis lhe comprar com moedas
Quando Pinóquio chorou
Chorou muito arrependido
Pelo o que ele tinha feito
Abandonou sua casa
Ao pai faltou com respeito
Procurou ser diferente
Querendo fazer direito
Quando voltava prá casa
Noutro laço ele caiu
Envolveu-se com ladrões
E os seus passos, seguiu
Mas depois de ser roubado
Abandonado se viu
Muito triste ele ficou
Buscar seu pai resolveu
Pedir desculpas por todos
Os erros que cometeu
Doravante fazer certo
A si próprio prometeu
Na volta um pássaro lhe disse
Que seu pai o procurava
Inclusive num açude
Que ali bem perto ficava
Por isso, Pinóquio foi
Pra perto de quem amava
Mas o destino é cruel
Com quem anda distraído
Na estrada para o açude
Pinóquio foi atraído
Esquecendo-se do pássaro
Que lhe havia instruído
Muitas crianças gritavam
Numa linda carruagem
Dizendo: pode subir
Confie e tenha coragem
Ao país da alegria
Será a nossa viagem!!
Pinóquio foi e brincava
Quando sentiu num momento
Algo estranho no seu corpo
Que lhe causou um tormento
Eram as orelhas crescendo
Pareciam as de um jumento
Mas uma vez o boneco
Se achava arrependido
Por isso veio uma fada
E o encanto foi resolvido
Só que pela última vez
Ele foi advertido
A fada muito irritada
Terminou seu proceder
Disse que tinha um aviso
Pra ele não esquercer:
-Se você mentir de novo
O seu nariz vai crescer