FILOSOFIA EM CORDEL

FILOSOFIA EM CORDEL

(Aplicada à Educação Fundamental)

por Rosa Regis

Natal/RN – 2005

Folheto 1

Nos disse o mestre dos mestres

do pensar, que foi Platão,

que as coisas só iam entrar

nos eixos neste mundão

quando este fosse mandado,

dirigido, governado,

por filósofos. E então?!...

...

Século VI antes de Cristo

na Grécia continental

as cidades-estado tinham

algo de especial

eram centros que cresciam

no setor comercial.

Os gregos desenvolviam

suas dramatizações

buscando mostrar ao povo

com precisas descrições

o que haviam assimilado

durante as Navegações.

O governo da carência

era, ora, idealizado.

Ao invés do “do acaso”.

E, com base, estruturado

para uma democracia

com que haviam sonhado.

Herdaram, pois, dos minóicos,

espírito navegador,

desbravando o oceano,

naquele tempo, o terror,

por ser um Ser mitológico,

do Grande Poder, Senhor.

A geometria egípcia

assimilaram mui bem,

como a observação

dos astros, e inda vem:

o calendário dos povos

da Ásia Menor também.

E na falta de alguém

pra responsabilizar

pelo começo de tudo

que se refere ao “pensar”,

Tales é o escolhido

pra do “saber” se falar.

Depois vem Anaximandro,

Pitágoras,... outros virão

com pensamentos diversos,

chegando-se a Platão,

onde se vê seu legado

fluir pra religião.

Vindo depois Aristóteles

que foi o mais influente

dos grandes filósofos gregos,

e o último, evidentemente!

Foi seguidor de Platão

porém não tão docemente.

Quanto aos outros pensadores,

de lá até hoje em dia,

também serão, ao seu tempo,

mencionados. E a via

serão, também, minhas rimas!

Que, espero, cause alegria.

TALES DE MILETO

Tales nasceu em Mileto.

Foi um grande pensador!

Sendo ele o primeiro Sábio

Do mundo. Um conhecedor.

Foi político, geômetra,

e astrônomo. Com louvor.

Século VI antes de Cristo

previu um eclipse solar

que ocorreu. E de mito

não queria ouvir falar!

Mas, do mundo das estrelas,

com quem vivia a sonhar.

Como outros gregos, ele,

o que fez de especial

foi separar a ciência

da magia e, afinal,

ousar pensar sobre o mundo

sem ter Deus como ideal.

E buscando a unidade

das coisas, ele pensou:

“Talvez, no começo, tudo

fosse água! E matutou

consigo mesmo: - Seria

possível? Se indagou.

ANAXIMANDRO

Falemos de Anaximandro,

que veio logo em seguida.

Este era da mesma linha

de Tales, pois que a vida,

pra ele, vinha da água

de uma forma definida:

Os homens vinham dos peixes.

E a Terra flutuava

no espaço sustentada

por algo, que ele afirmava

ser uma lei natural

que no Mundo atuava.

U’a substância primária

unida à lei natural

fazia, pois, que houvesse

um equilíbrio total

entre os elementos que

compunham o Mundo, e tal!

Foi ele, também, quem fez

o primeiro mapa a ser

útil aos desbravadores

que Mileto veio a ter

e que, como mercadores,

comerciaram a valer.

PITÁGORAS

Combinação curiosa

de místico e cientista,

de matemático, geômetra,

como verdadeiro artista

ele manuseia os números

como um hábil equilibrista.

E triste com Policrates,

um ditador, se mandou:

Saiu de Samos, sua terra,

e para o Egito rumou.

Logo depois para a Itália

onde uma escola fundou.

Uma escola baseada

em sua filosofia

matemático-metafísica

que pregava uma harmonia

cósmica que se baseava

nos números. E assim dizia:

A harmonia cósmica tem

base ou fundamentação

nos números que representam

das coisas em si relação.

Podendo-se dar, agora,

uma exemplificação:

Ao dividir-se uma corda

de lira, no comprimento,

descobriram os pitagóricos

que a mesma, a contento,

produz a oitava mais alta

que ao espírito trás alento.

E a noção de harmonia

a tudo o mais se estendeu

como sendo completude

tal qual Pitágoras creu:

Razões de números inteiros,

completos, como entendeu.

Geometria dos sólidos

perfeitos, ele explorou;

descobriu o teorema

que o seu nome herdou

e que até hoje, a muitos,

causa arrepios de horror.

Pitágoras foi o primeiro

que usou o raciocínio

sistemático-dedutivo

d’um axioma óbvio partindo

e, passo a passo, com lógica,

para um final prosseguindo.

E isso impulsionou,

duma forma colossal,

a ciência. Mas ocorre

que o óbvio, como tal,

atormenta até hoje

os filósofos. É real.

E ainda não contente

em demonstrar a importância

que os números representam,

Pitágoras, em outra instância,

afirma que: Nada é novo

e há vida em abundância.

A alma, coisa imortal,

em coisas vivas retorna

à vida, pois, ciclicamente,

ela renasce. E isso torna

a vida um ciclo eterno

que a vida em vida transforma.

E superavaliando

o poder numérico, crê:

O dodecaedro encarna

o Universo inteiro. E,

a harmonia das esferas

e o belo da música, vê.

HERÁCLITO

(Não se entra no mesmo

rio duas vezes)

Quinhentos anos a.C.

Heráclito já afirmava

que tudo estava em fluxo.

Mas também acreditava

em uma justiça cósmica

que o mundo equilibrava.

Era uma idéia complexa!

Na busca do elemento

primário, ele elege

o FOGO. E seu pensamento

afirma que há um fogo

central, sempre em movimento.

...

Houve um florescimento

muito além do normal

da cultura da Grécia clássica,

pois os gregos, em geral,

produziam... tinham idéias...

Era algo fenomenal!

Há grande amor pelo belo

porém sem extravagância.

As coisas da mente vêm,

sempre, em primeira instância

Não os deixando indolentes

e afastando-os da ganância.

Pode-se dar como exemplo

Péricles - grande estadista;

Eurípedes - tragediógrafo;

poetas e ceramistas

como: Safo, que era músico

e, também,pintor. Artista!

Escultores como Fídias!

Que foi um grande escultor.

E cito Safo, outra vez,

como historiador.

E Aristófanes, filósofo

e, da matemática, senhor.

Porém as recém-inventadas

democracias terão

sua base estruturada

em que?... na escravidão!

E só um sexto dos membros

eram ditos cidadãos.

Os escravos, os estrangeiros

e as crianças, enfim,

eram chamados de “bárbaros”.

E as mulheres... pois sim!...

não tinham qualquer direito!

Isso não é mesmo o fim?!

Não contavam para nada!

E isto distorceria

as tentativas que “o grego”

desenvolver tentaria

no que diz respeito a: ética

e política Filosofia.

EMPÉDOCLES

Empédocles de Agrimento

cria uma clepsidra

em metal. Descobre o ar.

E diz que: De Deus duvida.

Julgando-se o próprio Deus!

O dono da sua vida.

Afirma que tudo é:

fogo, terra, água e ar.

Que as plantas têm sexo.

A Terra, bola (sem ar).

E pelo amor e pela luta

tudo se transformará.

Que a vida rola em ciclos

históricos. E p’ra provar

que era mesmo divino,

no Etna veio a pular.

E o máximo que conseguiu

foi, assado, se finar.

OS ATOMISTAS

Falando dos atomistas,

Quatrocentos e Vinte a.C.

O mundo, aí, é formado

por particulazinhas que

unem-se, formando um todo.

Seria loucura? Engodo?

Tente descobrir você!

LEUCIPO E DEMÓCRITO

De Parmênides: a idéia

de partículas essenciais,

de Heráclit: o movimento

que não termina jamais,

herdam, e propõem: átomos

indivisíveis. E mais:

Os átomos, ao acaso,

flutuam. E tão pequeninos

que são não se pode vê-los.

Porém, do mundo, o destino,

se deve aos seus movimentos

diversos em desatino.

Suas diferentes formas

imutáveis, tinham a ver

com as transformações do mundo.

E isto tudo, até que

em Mil e Oitocentos, Dalton

traz outro modo de ver.

OS SOFISTAS

(Grandes mudanças)

Enquanto que para os gregos

o interesse maior era

a unidade e a diferença,

o Universo... quem dera!

As grandes questões, agora?!

Isso era apenas quimera.

Os sofistas, cinicamente,

dispensa as “grandes verdades”

e, com uma “bela conversa”,

o que eles buscam, em verdade,

é fazer coisas pra si.

Esta é a realidade.

E isto leva as pessoas

a escrever e discursar

e, usando paradoxos,

grandes disputas ganhar

utilizando argumentos

deturpados sem corar.

E assim sendo, os problemas,

fatalmente, vêm a tona.

Atenas, por incutidores

de maus hábitos, pois, os toma.

Sendo o cinismo um deles.

E os sofistas vão à lona.

PROTÁGORAS

Segundo ele, o homem

era, de tudo, a medida.

E a sua praticidade

não lhe deixava saída:

conhecer a realidade

era coisa descabida.

Para ele o que importava

era mesmo a opinião

útil. Isto é ceticismo

profundo. E qualquer questão

não pode ser posta em dúvida

se é verdadeira ou não.

TRASÍMACO

Para Trasímaco, a Justiça

era a vantagem de quem

tem o poder, é mais forte.

E, desta forma, ele vem,

de uma forma grosseira,

“trocar” o mal pelo bem.

Pois este relativismo

absoluto levou

às conclusões grosseiríssimas

a que Trasímaco chegou

justificando a força

com todo o seu ardor.

...

Uma paradinha aqui.

Mas, prometo, voltarei

Noutro folheto, no qual

Com Sócrates começarei.

E verão que maravilha!

Eu o farei em setilha.

E, prometo, capricharei!!

Fim do primeiro folheto.

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