Professor: Um Norteador
Sou professor de Literatura na rede pública estadual de ensino do Mato Grosso do Sul. Não é novidade expor aqui que nossos governantes nunca deram a devida atenção a esta classe tão sofrida e que nenhuma nação pode ser construída sem ela. O atual governo (na pessoa de seu Ministro da Educação) disse: "Eles (os professores) têm férias de 45 dias, aposentadoria especial, descanso pedagógico, piso nacional e até lanche grátis. Que outro trabalhador possui tantas regalias? É necessário enxugar tudo isso ou o país continuará quebrado...". É incrível que desde Adão e Eva o ser humano sempre busca um "bode expiatório" para as suas mazelas. O problemas é que quando escorregamos de nossos erros, eles se perpetuam e se ampliam. Feliz é o homem ou mulher que enxerga onde errou e consegue corrigir suas falhas: Este prosperará. Escrevi este texto para incitar meus nobres colegas a continuarem na luta.
Meu amigo, minha amiga,
Que herdou o magistério,
O MEC faz a intriga
E diz sermos o mistério
Dessa econômica fadiga,
Mas nossa luta é renhida
Não somos o tal gaudério.
Somos os semeadores
Do progresso da nação;
Plantamos sonho, esperança,
Na mente e no coração.
Aliviamos a dor
Com a semente do amor
Por meio da educação.
Não há homem ou mulher
Que queira ser um alguém,
Que leve à boca a colher
Com o bocado que tem,
Sem a mão do professor
É ampliada a dor
Esse tal não é ninguém.
Maldita é a nação
Que desonra os seus mestres,
Andará na contramão,
Sai dela pouco que preste.
Não se vê nela o progresso,
Tudo nesta é só regresso
Na vida urbana ou campestre.
Eu tenho um dó do povo,
Que anda sem rumo, sem norte;
Que busca um rumo novo
Só arriscando na sorte.
Sua vida é sem cor,
Sem a mão do professor
A vida é tão só morte.
Perde-se algumas batalhas,
Não devemos esmorecer;
Mesmo no fio da navalha,
Há um novo alvorecer.
Vivendo aqui nesta terra
A utopia é o fim da guerra
O alvo é lutar e vencer.