cortejo funeral
Cortejo funeral
Se a morte nos leva alguém
Entramos em desespero
Sentimos em nossas costas
O peso do mundo inteiro
A gente geme gritando
Implora pede chorando
Que não seja verdadeiro
Nos quatros cantos da casa
Só semblante de tristeza
O povo rezando um terço
Pedindo mais fortaleza
A família em reunião
Diante de um caixão
Cobertos de incerteza
Um mais forte se levanta
E prepara um cafezinho
Faz um chá de camomila
Serve biscoito e pãozinho
Aos poucos chegando gente
Vizinho amigo e parente
Trazendo afeto e carinho
O velório se aprofunda
Durante a noite inteira
O povo velando o corpo
Cochilam numa cadeira
Os parentes bem calados
Com olhos avermelhados
Cansados da choradeira
Chega a hora do enterro
Bota música bem penosa
O caixão segue na frente
Numa marcha vagarosa
Segue naquele cortejo
Devagar pro vilarejo
Ô hora tão dolorosa
Ao entrar no cemitério
É grande a aflição
Um parente grita alto
Bote eu nesse caixão
Eu também quero morrer
Como é que eu vou viver
Dói demais meu coração
Alguém tenta acalmar
A triste situação
Ele foi morar no céu
Pois não fique assim não
Ele está num bom lugar
E com Cristo foi morar
Pois não tem mais solução.
Sabemos, é desse jeito.
Quando morre um parente
O mundo fica cinzento
A gente fica doente
Vou parar com esse assunto
Pois falar de um defunto
Mexe com a nossa mente.
Diosmam Avelino -23-08- 2014