A FORÇA DA GRAVIDADE
A FORÇA DA GRAVIDADE
Autor: Robson Renato
A força da gravidade
Não nega nenhum vivente,
Agindo constantemente
Derruba sem piedadade.
As vezes deixa saudade
Roubando toda beleza,
Do plebeu à realeza
Atinge sem distinção,
E deixa arrastar no chão,
A mais sublime grandeza.
A moça nova se orgulha
Da sua vistosa aparência,
É bonita por essência
E fina que nem agulha,
Qualquer coração borbulha
Envolvido na quintura,
Que da sua formosura
Pra todo mundo se enpina,
Enchendo qualquer retina
Com sua bela postura.
Mas quando chega a idade
A vilã se apresenta,
Com tudo logo arrebenta
Na força da gravidade,
Acabando a vaidade
Cai o peito e a poupança,
A barriga vira pança
E repousada nas coxas,
Estão suas pernas roxas
Com veias fazendo trança.
Cai o couro da papada
E a pele do seu braço
Lhe causando embaraço
Em cada ruga marcada,
A perna fica inchada
Também cai a paciência
Por ver sua aparência
Mudando dia após dia,
E com toda essa agonia
O que sobe é a carência.
O homem forte e saudável
No seio da juventude,
Conserva a grande virtude
De macho admirável.
Um reprodutor estável
Viril, bruto, musculoso,
Se sente o mais gostoso,
Namora sem compromisso
Pois nunca é submisso
Em um amor caudaloso.
Fica velho, tudo muda
Na força da gravidade,
Coragem cai pra metade
Não tem mulher que iluda,
Pra tudo precisa ajuda
É torto que nem peteca
Cai os dentes, a boca seca,
Bucho grande, perna fina
E o garanhão perde a crina
Depois de ficar careca.
Vai gritar, a chapa pula
Na força da gravidade,
Cai toda a fertilidade
Fica estéril como a mula,
E por mais que não se bula
Não se entrega facilmente,
Mentindo constatemente
Não fala em vaca magra,
Pois quando toma viagra
Ainda é homem potente.
A força da gravidade
Não pode ser evitada
Muito menos enganada
Quando vai a mocidade,
Viver com honestidade
Sem derrubar a estima,
É saber buscar a rima
Para a sua satisfação,
Com a paz no coração
E o astral lá em cima.