O BRASIL QUE NÃO É
O MEU BRASIL
O MEU BRASIL
Um país que criminaliza a pobreza,
E que aplaude a violência e a tortura!
Não pode ser o meu pais com certeza,
Que discrimina gente de pele escura!
Permite estupro de mina na redondeza,
Sem que nossa justiça puna a criatura!
Um pais que executa o seu adolescente,
Porque “bandido bom é o sujeito morto”!
Viramos mesmo uma nação de delinquente...
Que faz lei para legalizar até o tal aborto!
O Brasil enterra o seu futuro na semente,
Sem que no povo cause um desconforto!
Um país que permite até o trabalho infantil,
E não se preocupa se a criança foi à escola.
Uma Pátria que mata como em “guerra civil”,
E que o “mutirão da paz” aqui não decola!
Permite ate a prostituição infanto-juvenil...
E jovem perto do Planalto cheirando cola!
Um país que permite voto de analfabeto,
Para melhor manipular o seu eleitorado.
Ter a sua reeleição dada como bem certo,
Pois sabe que não pode ser questionado.
Mesmo com esgoto de rua ao céu aberto,
E a juventude sem escola por todo o lado!
Um país que criminaliza sua negritude,
Fazendo dele um “suspeito” de ladrão.
Cometendo genocídio com a juventude,
Simplesmente por ser negro o seu irmão!
Quem nasceu nas favelas que se cuide,
Pois o racismo brasileiro é um canhão!
Um país que tem descaso com a educação,
E que faz chacota do poeta e do menestrel.
Um pais que se ajoelha diante da televisão,
Que acredita em mentiras sem o escarcéu.
Trata o idoso e o professor com agressão!
E deixa as crianças na rua jogadas ao léu!
Um país que faz sucesso a impunidade,
E cadeia é “navio negreiro” da pobreza!
Para o rico um habeas corpus na verdade,
Põe o sujeito safado livre na redondeza!
A televisão oculta do povo a barbaridade,
E só mostra o Brasil do sexo e da beleza!
Um país em que políticos saqueiam a nação,
Vândalos depredam os nossos monumentos!
Os doentes são atendidos no cimento do chão,
E os corredores já viraram os seus aposentos...
Nas delegacias presos são empilhados no porão,
E no IML os mortos ficam em sacos nojentos!
Do livro: A SAGA DE ZUMBI DOS PALMARES NO BRASIL CONTRA O TRONCO O CHICOTE E O FUZIL", pg. 179-181, do poeta BIRCK JUNIOR. (á venda por e-mail).