"SEM ESQUINA" A TERRA DAS MAMATAS

1

Foi na terra “Sem Esquina”

Que o “Azarape” falou

Dizendo que era possível

E depois não confirmou,

Pois, o “Pé preto” é falso;

É cair no cadafalso

Fazer o que ele mandou!

2

“Sete Peles” emendou

E foi sempre por um triz,

Ensinando a ganância:

– Vai dá certo, ( Ele diz)

Se der um erro eu conserto,

Relaxa estou por perto

Sou tua força motriz!

3

Acreditem ninguém quis

Trocar o mal pelo bem,

Nos seus redutos natais

Foram muito mais além;

Venderam a mãe e o pai,

Disse o “Encardido”: – Vai,

E Paga com o que tem!

4

”Sem Esquina” é de ninguém

Qualquer um pode mandar,

Aquela terra não tem

Ninguém para governar;

Por isso vive em desmando

Mas, eu pergunto até quando,

E onde isso vai parar?

5

É ingênuo acreditar,

Se nada aqui tem deslinde;

O olho grande é maior,

A maioria quer brinde;

Todos portam garfo e faca

Além do leite da vaca,

Querem carne antes que finde!

6

Abrem-se portas em brinde,

É o toma lá sem cismar,

Tem garantia na frente,

Licitação... Contratar...

Esse empréstimo informal,

Dá recheio ao capital

Quando for recuperar!

7

O assunto é pra pensar...

“Pastor Negro” exclama: – Uau!

As hordas, súcias atentas,

Têm um regimento mau,

Regidos por “Ferra Brás”

Entraram na Petrobrás

Piabinhas e piau!

8

Não seria um quinau

A resolver a questão

Pois, veja que todo dia,

“Sem Esquina” é confusão,

Uns defendendo o país

Outros fazem, mas não diz,

E defendem o ladrão!

9

É feito um longo cordão

Puxado como uma prece,

“Só faço se me der isso”,

É como se alguém dissesse;

Se não der não vai ser feito,

Inda mostro o teu defeito,

Sem ter nenhuma finesse!

10

Até parece quermesse

Com venda e com diversão;

Aqui todos saem ganhando,

Não fica ninguém na mão;

Mas o tráfico de influência

Poe todos na dependência

De um poderoso chefão!

11

É corriqueira a ação,

No caminho sem calhau

Falta óleo de peroba

Pra tanta cara de pau.

Juiz que toma partido,

Moro sendo indeferido,

Transformado em homem mau!

12

É ladrão a dá com pau

Querendo o outro punir

A rixa toda é por que,

Não quiseram dividir

Mas, a divisão foi feita,

Foi comprovada a suspeita

Só não querem assumir.

13

Alguém tem que reprimir

O habito da má conduta,

Acredito ter alguém

Que inda ganhe esta luta;

“Sem Esquina” é boa terra

É o politico que emperra,

Seu progresso sem labuta!

14

É desonesta a disputa,

“Sem Esquina” é preterida,

Quando o escuso interesse

Deixa a Nação dividida,

Vendem legenda e mandatos

Com mirabolantes tratos

“Sem Esquina” está falida!

15

Tem as vindas e tem ida,

As falcatruas que fazem;

Uma é maior que a outra

E todas elas nos trazem;

O trauma do prejuízo

E nos deixam sem juízo,

Quando tudo eles refazem!

16

Se pra o tapete eles varrem!

A sujeira ali contida;

Se a crise se estabelece

Logo fraldam a saída,

Uma, duas, três pedaladas,

São soluções encontradas,

Mesmo sendo suicida!

17

É tanta gente envolvida

Que o “Calcanhar de espora”

Sorrir de orelha a orelha,

Enquanto espera lá fora,

Vai levar toda essa corja

Para arder na infernal forja

E garante: “Não demora”!

18

Nada disso é de agora

Vem dum passado danoso

A chibata nos açoita

Antes de Quadro e Cardoso;

A propina é mais antiga,

Talvez até que a formiga,

Eita ‘vicinho’ teimoso!

19

Diz sem desculpa o “Tinhoso”:

– O homem nunca foi bom,

A não ser para roubar

Esse é seu melhor dom;

Inventou o vil metal

Que chamou de capital

E ajuda o Armagedom!

20

Nem só a imprensa marrom

Deita a língua a criticar,

Mas quem é esclarecido

Vai pras ruas protestar,

Quem deseja a mudança

Tem no voto a esperança,

Mas tem que saber votar!

21

O Poder é pra mandar,

Mas criou corrupção,

Somente pra se dar bem

Ela é a filha do “cão”,

Fez o lugar “Sem Esquinas”,

Pra o garimpo das propinas,

E a casa do mensalão!

22

Foi república do anão

Das cartelas premiadas;

Na loteria esportiva

Que ganhavam só boladas;

E na lavagem de grana

Tem divisas soberanas,

Já com rotas viciadas!

23

Histórias continuadas

Dentro da mesma conduta

Com alguns daquele elenco,

Ganhou força absoluta;

Deixou de ser Mensalão,

Agora e o Petrolão,

Sendo maior a disputa!

24

Um batalhão sem recruta,

Migratórias andorinhas,

“O meu pirão é primeiro

Quando poucas as farinhas”!

Um pra ti; um dois, pra mim:

Político conta é assim,

Dá o ovo pega as galinhas!

25

Tem figurões, figurinhas,

Tem gente de fino trato,

Correndo dos escovões,

Fugindo do lava-jato;

Que nunca soube de nada

Pessoa sempre enganada,

Mas encheu primeiro o prato!

26

Não é falácia, é fato,

Nessa terra de Ninguém,

Nunca se sabe de nada

Só se sabe o que convém;

O que tem nada é seu

Nunca comprou ninguém deu,

Tudo de bom ele tem!

27

Nenhum deles é do bem,

E pode escolher um fato,

É divisa de dinheiro,

Tá nos jornais o relato;

Brigam com unhas e dentes

Os dois que são presidentes

Cada um por seu mandato.

28

É briga de cão e gato,

Pelo poder sai no tapa,

De um lado é camelô,

Do outro lado é o rapa.

Mas os dois lados têm medo

E não é nenhum segredo,

Nos dois, o medo é do ‘Japa’!

29

A federal tem o mapa,

Que o delator premiado

Pra tornar menor a pena

Foi depor sem ser forçado

Contou tudo que sabia,

Alguns soltos têm vigia,

Na perna, conectado!

30

Da pena tem se livrado,

Por enquanto, na solapa,

Do Foro que lhes protege;

Os figurões nessa etapa,

Porém as raias miúdas

E também raias graúdas

A justiça tem no mapa!

31

Ninguém do ‘Federa’ escapa,

Quando mandam, ele atrás;

Se tiver mandato escrito,

Ele vai cumpridor faz,

Se na lei escrita diz,

O que manda o Juiz

O “Japa” cumprindo traz!

32

Zangado, alguém se faz,

É useiro o descompor.

Se faz um mau ouvidor,

Atende só o que lhe apraz;

Lá em revista e jornais,

Vejo que no golpe falam

Acham que forçando calam

Do povo a suprema voz

O País, que somos nós,

Ranhetas jamais nos calam!

Zé Salvador.

Zé Salvador
Enviado por Zé Salvador em 18/08/2016
Código do texto: T5732533
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