SURURU NA CONVENÇÃO
Miguezim de Princesa
I
No sábado próximo passado,
Os tucanos do sertão
Se reuniram em Princesa
Durante uma convenção
Para escolher um nome
Da cruel situação.
II
Botaram carro de som,
Saíram chamando o povo,
Do Cabaré de Estrela
À Bodega de Zé Novo,
Do Bar de Maria de Tia
À Banca de Né do Ovo.
III
Chamaram e o povo não foi,
Apesar da comilança,
Das panelas de picado
E queijo Minas de trança.
Roque, na véspera, dizia:
- Vamos, que tem chope e dança!
IV
Uns cinquenta funcionários,
Que puderam receber,
Ganharam umas camisetas
E foram para a AABB
Ver o discurso do filho
Que a mamãe fez pra ele ler.
V
Segurando o microfone
A filha de João da Cruz,
Dona Rosane Faceira
Pulava e dizia: - Jisus!!!,
Nigel Mansel Macaxeira
Puxou o cabo da luz.
VI
Um neto de Antoim Coxim,
Que é gaiato pra danar,
Se escondeu atrás do muro,
Somente a observar,
Levou consigo uma sirene
E começou a tocar.
VII
A sirene ele comprou
Segunda em Serra Talhada,
Quando a sirene tocava
Era imitando a zoada
Da Polícia Federal,
Foi a maior debandada.
VIII
Dominguim já tinha tomado
Duas garrafas de Pitu,
Quando ele ouviu a sirene
Se escondeu no mulungu,
Bateu com a perna na bunda,
Foi parar no Pajeú.
IX
Viram Walmir fugitivo
Disparar na capoeira,
Fez a volta em Jericó,
Foi parar em Cachoeira
Com o olho esbugalhado
Todo sujo de poeira.
X
O senador Coisa Linda
Já vinha se aproximando
Quando Sid lhe avisou
Que o bicho estava pegando:
- Corra daqui, senador,
Que a Polícia está chegando!