Começou a caça ao pobre / pois é tempo de eleição.
Começou a caça ao pobre
Pois é tempo de eleição.
Eu fico dando risada
Quando o vejo o candidato,
Calçando um belo sapato,
E cumprimentando a moçada,
Abraçando o camarada,
Beijando e apertando a mão,
Trata todos como irmão
De uma forma até nobre
Começou a caça ao pobre
Pois é tempo de eleição.
Eu vejo os oportunistas
Atrás da oportunidade,
Mostrando a comunidade
Seus planos idealistas,
Muitos até realistas
Outros cheios de ilusão,
E quem tem pouca noção
Vem a conversa que dobre
Começou a caça ao pobre
Pois é tempo de eleição.
O nosso voto é igual
Do pobre e do milionário
O voto é igualitário,
Tem o seu valor final,
E a busca ideal
É tá no meio do povão,
Em favela, em grotão
Que tem gente se descobre,
Começou a caça ao pobre
Pois é tempo de eleição.
Promessas de melhorias
Já escuto buzinando
E o povo acreditando,
Que virão melhores dias,
Espero com alegrias
Porém com o pé no chão,
Quero uma melhor nação
Sem que ninguém nos manobre
Começou a caça ao pobre
Pois é tempo de eleição.
O processo é democrático
Pra todos participarem,
E todos querem olharem
Pra o país burocrático
O candidato didático
A todos da atenção
Ao pobre promete pão,
Emprego se redescobre
Começou a caça ao pobre
Pois é tempo de eleição.
Pena que diariamente
O mais pobre é invisível
O político é insensível
Quase que frequentemente
Pensem mais na nossa gente
Pensem no bem da nação
Pois todo mundo é irmão,
Ninguém a ninguém se dobre
Começou a caça ao pobre
Pois é tempo de eleição.
João Bosco Santos