EU ERA FELIZ E NÃO SABIA




Mergulha o astro rei no horizonte
Rabiscando de ouro a franja celeste
A buscar seus ninhos   nos montes
Recolhem-se as criaturas silvestres
Aos bandos eles  deixam o banhado
Garçase patos papagaos e piriquitos
Rumo às capoeiras campos e cerrados
Então a natureza grafita o infinito

Usando os resíduos dos raios de sol
Desenhando na tela universal
O mais lindo e colorido arrebol
Com sua beleza e seu dom genial
Vem ella  trazendo do alem
O sereno com o seu beijo orvalhado
O ocrepusculo e a neblina também
Orvalhando os campos e prados

Cobrindo de branco o alto  da serra
Perfumando os vales e encostas
Bocejando seu hálito na terra
Que em transe  logo adormece
Com o manto da noite nas costas
Espreitando  meia lua nascente
Que tardia na abóboda aparece
Com seu lado oculto crescente

Embora ainda só pela metade
A lua se torna fada madrinha
Banhando de luz todo o sertão
Espalhando magia nas ribeirinhas
Ela  espanta o mito da escuridão
Inspirando uma  bela serenata
Ao sertanejo em soberba canção
Arranhando a viola ao som da cascata

Eram assim que me encantavam
Os dias e noites do meu passado
Sonhos descontração e fantasias
Debaixo e de um céu estrelado
Como toda criança sonhou um dia
Correndo descalço sonhando acordado
Sem  preocupar se o tempo  corria
Sendo feliz... Mas eu não sabia!


(IMAGEM GOOGLO)
 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 19/07/2016
Reeditado em 08/09/2016
Código do texto: T5702408
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