DELIRIO DE UM RETIRANTE




Para que o justo seja ouvido
A consciência em sobre salto
Brada a favor do oprimido
O silencio fala mais alto
Quando a razão perde o sentido

O poeta escreve sem métrica
As babaquices que a mente expele
O medico receita sem ética
O intelectual arranca apele
O colono planta sem técnica

Sem orçamento e sem receita
Esperando uma boa colheita
Vendo seu gado morrer de sede
O impiedoso sol consumir a rede
Criada pela mãe natureza

O belo manto que a terra veste
Flora fauna biodiversidade
Cadeia que ilustra e alimenta
O homem e animais silvestres
Que o  agreste  a cidade sustenta

Retirante vai o pobre andarilho
Descalço sem rota deseludido
Perdido de  olhar sem brilho
Na  longínqua reta segue adiante
Divaga  e sonha com o que fora antes!

Nem o silencio o consola mais
Seu amado sertão querido
Desmotivado de coração partido
Ele o deixou para trás
Sua razão perdeu o sentido!





 
Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 10/07/2016
Reeditado em 11/07/2016
Código do texto: T5693121
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