CORDEL DO POEMA SEM SENTIDO
CORDEL DO POEMA SEM SENTIDO
Marcial Salaverry
Partindo de um tema pressentido,
escrever um poema sem sentido,
vamos assim escrever
algo que pode ser consentido,
e que seja com sentido...
A escrever rabiscos que agridem,
prefiro me perder criando linhas paralelas,
escrevendo algumas poesias,
que alguém poderá procurar para lê-las...
Traçando uma rota que não seja ilógica,
vamos escrevendo palavras, rimas,
ainda que sejam coisas soltas
que não sejam incoerentes,
nem tampouco impertinentes...
Escrevendo nessas tais poesias,
procurando pelas rimas diretas,
fugindo de igualdade ou desigualdade,
ou simplesmente perder-se criando algo com sentido...
Poetando sem contrastar e nem contestar
com as rimas percebidas, num escrever contínuo,
é assim que continuo,
para sempre procurar buscando
belas poesias para lê-las...
Poesias falando sobre sol ou chuva,
com suas rimas certas, diretas,
obtendo ressonância de idéias em texturas,
libertando do desencontro
túneis obscuros, cortinas de vidro
envolvendo numa onda de ternura,
procurando um encontro,
sem pontos escuros, e com o final devido...
Desfazendo amarras dos sentidos
procurando os poemas antes escritos,
sobre prazeres descritos,
redescobrindo o gosto ao escrever
a dor da poesia, a luz da melodia,
sempre dando o tom e a rima,
são palavras que não se esquecem,
pois um poema perfeito,
não deve ter defeito,
e não será algo controverso,
pois nada há contra o verso,
desde que não seja perverso...
Assim fica este verso,
com um sentido diverso...