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QUADRILHA JUNINA
 

Quadrilha boa, supimpa,
todo ano vem de novo
e no folclore se esteia;
em junho surge em cadeia,
para os folguedos do povo.
 
Das do Planalto difere,
sem ter nenhum salafrário.
É nossa a festa junina:
tradição que nos fascina,
com datas no calendário.
 
Santo Antônio, São João,
São Pedro, no fim do mês...
Se você dançou quadrilha,
então provou maravilha
do folclore camponês.
 
A quadrilha verdadeira
não é como a da cidade,
que nos vem macaqueada;
de quadrilha não tem nada.
Urbana é só falsidade.

Hoje, comum na festança
que se veja nas cidades,
parece até carnaval,
e adereços fazem mal:
besteira tais novidades.

 
Quadrilha tem que ter chita
no vestido das meninas;
chapéu de palha à cabeça,
tudo que a sertão pareça,
sem luxo das coisas finas.
 
Homens, camisa de lista,
por outra, calça listrada;
um bigodinho de tinta,
mesmo neles não se sinta
nem barbicha desenhada.
 
Quadrilha, aquela pulada,
que se vê, cá, nos salões,
sem aluá, sem pamonha,
melhor é tomar vergonha
– ir beber nas tradições.
 
Quadrilha boa, beleza,
aos sertanejos modelos,
não é «show» de pula-pula;
toda harmonia regula,
moça põe flor nos cabelos.
 
Quadrilha melhor, danada,
serve cuscuz aos brincantes,
pé-de-moleque e canjica.
Comidas de gente rica
passam longe dos dançantes.
 
Das do Planalto difere,
que a nossa tem tradições.
Ao povo oferta alegria,
não mostra patifaria,
não é bando de ladrões.
 
Fort., 18/06/2016.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 18/06/2016
Reeditado em 18/06/2016
Código do texto: T5670997
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