CORDEL – Mote – Na beleza desta vida – Um sorriso de criança – 17.11.2015
 
Vinha construindo esse cordel desde novembro do ano passado, todavia fui perdendo a graça, porquanto o país mergulhou num caos de difícil solução, isso em todas as áreas que compõem os setores produtivos, ou seja, o primário, o secundário e até na prestação de serviços, de sorte que o desemprego começou a ficar assustador. Hoje, todavia, a coisa está muito pior, pois não haverá outra solução se não se criar novos impostos, diretos ou indiretos à população brasileira.
 
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
 
Oitavas de sete sílabas poéticas
Rimas em ABABCDCD
 
 
No mundo há muita lindeza
Com total diversidade
Aí também tem pureza                                                                
Mas também há crueldade
Nossa gente comovida
No mundo só tem matança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(2)
Quando nasce um bebê
Nossa alegria floresce
E logo no alvorecer
A nossa autoestima cresce
A mãe bastante incontida
Pra ela só tem festança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(3)
Antigamente a pergunta
Foi um menino ou menina?
Mas hoje ninguém assunta
Evolui a medicina
Como era boa a torcida
Na dúvida e na esperança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(4)
De nome sacramentado
Padrinho bem escolhido
Pra levar ao batizado
O dito recém-nascido
A madrinha enternecida
Vai sacar sua poupança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(5)
O padre da freguesia
Batizou toda a família
Com bastante cortesia
Logo fica de vigília
E prepara sua ermida
Com muita perseverança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(6)
Então chega o grande dia
A paróquia bem lotada
Gente até na sacristia
No rosto tão só risada
A multidão distraída
Ali com toda pujança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(7)
Então os pais do garoto
Pensam logo na cachola
Um deles sendo maroto
Na herança que já rola
Como será dividida
Aquela toda possança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(8)
Mas ainda falta tempo
Pros avós baterem botas
Pois virá outro rebento
Que vai querer suas cotas
Porque sendo bem querida
Pela sua vizinhança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(9)
A família então crescendo
Novos herdeiros virão
E aí se sucedendo
A riqueza da nação
Que com a mão estendida
Forjada com abastança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(10)
A mão de obra vertendo
Precisando de trabalho
Não o que todos tão vendo
Precisando quebrar galho
Quer por falta de comida
Que vem de tanta lambança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(11)
Então nosso governante
Com a cara de corrupto
E deveras inconstante
Quase todo é abrupto
É clara a sua medida
Agindo com tal vingança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança
(12)
Em qualquer situação
Queira ou não o governo
Vivemos na ilusão
Que não irá a bom termo
Não se cura tal ferida
Se não for feita aliança
Na beleza desta vida
Um sorriso de criança

 
Ansilgus

A Imagem é da Internet Google...em havendo direito autoral queira me avisar, pois a retirarei....

 
18/06/16  - Miguel Jacó, grande mestre, assim interagiu, dando maior riqueza ao cordel. Muito grato.

Alam a criança Síria,
morta no mediterrâneo,
no  auge da sua infância,
tinha apenas três anos,
desnudou nossa covardia,
em nome duma ganância,
Na beleza desta vida,
um sorriso de criança.

um ano e pouco depois,
nesta mesma travessia,
uma menina de um ano,
também ali falecia,
o ser humano é bandido,
patrocina o desengano,
 
a beleza desta vida,
um sorriso de criança.

19/06/16  - Jacó Filho, nobre poeta, abrilhantou meu cordel com esses versos maravilhosos.

Deus, preferencialmente,
É onde a vida prolifera,
Força que tudo regenera,
E faz-se na alma latente...
No Pai, não ha despedida,
Por renovar a confiança,
Com a beleza dessa vida,
Num sorriso de criança...

Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos
ilumine... Sempre...


 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 18/06/2016
Reeditado em 19/06/2016
Código do texto: T5670806
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