* Tapete vermelho *
Uma pobre mulher morava
em uma humilde casinha
com sua neta muito doente.
desesperada estava a coitadinha
não podia a um médico levar
não tinha dinheiro para pagar
banhava com ervas a menininha.
e apesar de seus cuidados
a criança piorava a cada dia,
resolveu caminhar até a cidade
em busca da ajuda que queria.
foi ao hospital público da região
e contou da criança a situação
como consultá-la se não a trazia?
o médico precisava vê-la
para que esta fosse examinada.
a senhora ia voltando para casa,
cansada e já desesperada
sua neta sequer levantava da cama,
pensando em perder quem tanto ama
andava, chorava e alto falava.
passou em frente de uma Igreja
e resolveu dar uma olhada
como tinha muita fé em Deus,
e encontrou senhoras ajoelhadas
rogando a Deus em oração
pedindo a ele a sua intercessão
ajoelhou-se nesta hora abençoada.
Após quase uma hora de oração
e pedidos de intercessão ao Pai,
as senhoras já iam se levantando
quando a mulher disse: - Tem mais
Eu também quero fazer uma oração.
Vendo que ela tinha pouca instrução
Elas disseram: - Já tem pedido demais.
Com certeza sua neta irá melhorar.
Ainda assim a senhora insistiu
Deus, minha neta está muito doente
gostaria que fosse curar ela lá em casa viu.
anote, vou dizer o endereço
por ela, pois sei que não mereço
mas ela merece tudo de bom, ouviu.
- Já está com a caneta Deus?
anote por que já vou falar
Você vindo de Fortaleza
passa pelo Croatá
e quando vê a placa Pentecoste
você entra a esquerda é seu norte,
tenho certeza que não vai errar.
A esta altura as senhoras
se esforçavam para não rir;
mas ela continuou a falar
fez de conta que não estavam ali.
mais uns minutos tem uma padaria,
entra na rua depois da churrascaria
o meu barraquinho é o último dali.
pode entrar que não tem cachorro.
elas se indignavam com a situação.
- Olha Deus, a porta está trancada,
mas a chave fica ali no chão .
embaixo do tapete da entrada,
Cura minha neta e não olhe nada
não arrumei nada hoje não.
Mas olha só Deus, por favor!
ao sair não esquece de colocar
a chave no tapetinho vermelho
pra mim entrar quando voltar.
elas interromperam a situação
- não é assim que se ora não!
mas que a menina ia se curar.
ela foi pra casa desconsolada,
sua neta veio lhe receber.
- Está de pé, como é possível!
E a menina explicou, como vê.
- Um homem vestido de branco
ele veio aqui em meu canto
- Eu vim lhe curar, você crê?
mandou que eu levantasse,
e eu simplesmente levantei.
Em prantos, a menina continuou.
- Depois ele sorriu, e eu só olhei.
beijou minha testa e foi embora,
pediu que eu avisasse a senhora
ia deixar a chave onde encontrei.
embaixo do tapetinho vermelho...
como ele sabia que estava lá?
a senhora já conhecia ele
seu rosto era tão familiar
a fé, leva-nos até Deus!
Deus cuida de nós e dos seus!
jamais queira alguém duvidar.
adaptado do texto de Rivalcir Liberato