A velha Porteira da Fazenda
Na fazenda de meu pai
Tem pato, vaca e boi
Tem uma cabra muito velha
Quem nova um dia foi
Tem uma velha porteira
Que por lá muito passei
Ida e volta sem parar
De tanto ve-la cansei
Todos os dias por lá
Dois três e até seis
Vejam só este cordel
Que eu conto a vocês
Quem me viu passar por lá
Não se lembra de como sou
Pois a idade que hoje tenho
Meu cabelo branco ficou
Meu pai ja se foi
E nem deu tempo de ver sua neta
Uma menina linda
De olhos verdes e esperta
A fazenda de meu pai
Também já não existe mais
Foi-se o tempo que eu corria
Pelo meio dos cafésais
Pra brincar de pique esconde
E ninguém a me encontrar
Eu ficava por ali
Até a noite chegar
Ah! este tempo que foi bom
E agora ja se passou
Quem daquela agua bebeu
E dela se saciou
Estes pobres meninos
Que hoje pelas ruas correm
Vejo-os todos os dias
E pela minha face lágrimas escorrem
Por aqui ja vou parar
Meu meigo cidadão
Pois a lua ja esta alta
E não é forte meu coração
Posso ter aqui um infarto
E não quero agora morrer
Pois os planos que tenho
É cento e cinquenta anos viver