DESATINO
Meu silêncio vai comigo
Indagando a minha sina:
- Que fizestes ao amigo?
- O que tanto o desatina?
- Digas logo de uma vez,
Vou contar só até três...
O que é que tu lhe destina?
- Desatino é coisa boa
Que parece deprimente,
É a parte que não voa
Para ensinar a gente,
Que a vida é cai-levanta
Assim a alma se agiganta
E nos deixa mais contentes.
- E essa guerra dentro dele,
O que é que tu me dizes?
Esse não é mais aquele
É um pacote só de crises;
Não sabe se vai ou vem
E nem fala com ninguém,
Tá no rol dos infelizes.
- Vai passar não se apavore
O destino é mesmo assim,
Hoje mesmo que ele chore
Vai rir muito lá no fim,
Por que tudo está escrito
E o que há de mais bonito
É a flor, não é o jardim.