Budega Mofada
Vontade de sentar numa budega
Sentar e beber até cair
Mas não é qualquer budega
Dessa besta, dessas desinfiliz
É uma budega raitec
Não é pra qualquer mequetrefe
Pra nego torcer o nariz
Um balcão de vidro iluminado
Os tamboretes de alumínio
Pinga importada dos esteites
Comprada com o dólar em declínio
Cogumelos Matsutake e Zillion dollar lobster frittata
É a comida mais barata
Mas exige raciocínio
Atravessado no meio do bar
Tem um par de armador
Um preso em cada parede
Chega a ser animador
Ver uma rede igual aquela
Feita de tapete Persa toda amarela
De inestimável valor
Eu sei, sonho demais
É uma budega refinada
Ninguém cospe no chão
Nem cai bêbado na entrada
Por falar nisso acordei com frio
Um copo na mão vazio
Êta cachaça desgraçada
Chorei feito menino
Emotivo com a vida acabada
Sacodindo a poeira da roupa
Fui conduzido à entrada
Seu Mané me deu um aviso
Fio-fó de bebo aqui corre perigo
Bem vindo à budega mofada
São Paulo, Vigésimo oitavo dia do mês de maio de dois mil e dezesseis, ano do nosso senhor Jesus Cristo.
Laudo Costa.