ÊTA MUNDO MALUCO

Eu estou falando muito

E não é da boca pra fora,

O que vou dizer agora

Pode até lhe assustar.

O mundo está endoidando,

E o povo na carreira

Deixemos de brincadeira,

Vamos a vida enfrentar!

Há quem chore todo dia,

Por um pedaço de pão

E outro que tem à mão,

Os pães de uma padaria.

Há aqueles que blasfemam

E alguns que nada fazem,

Outros que se satisfazem

Com farinha e água fria.

Cansaço, briga, acoite,

Pra todo lado um balaço

Voltam às leis do cangaço,

Ninguém sabe o que fazer.

O tempo passando rápido

E muita gente nem vendo,

Outros - malucos - devendo,

Correndo pra se esconder.

Estamos perdendo o rumo,

A dignidade e os direitos

Mostrando só os defeitos,

E a degradação sem fim.

E quando o bem aparece

É modesto e escondido,

Temendo ser engolido

Pela turma de Caim.

Há doenças tenebrosas,

Ódio e desigualdades

Pelos campos e cidades,

Pessoas morrem de fome.

Viram simples passageiros

De uma estrada sem fim,

Vítimas de gente ruim

Feito chaga que consome.

Leis, decretos, portarias

Acordos bilaterais

Existem, porém, jamais

Há perfeita execução.

Interesses partidários

Uma política doente,

Indigna, indiferente

Matando o cidadão.

Falta pão e falta teto

Educação e saúde,

Ignora-se a virtude

Da solidariedade.

Os poderosos cruéis

Tornam-se inconsequentes

Rios de sangue, enchentes

Gritante perversidade.

E milhões de sofredores

Num eterno vai e volta,

Tristeza, fome, revolta

Parecendo cães sem dono.

Crianças violentadas

Idosos são extorquidos,

Maltratados, esquecidos

Em um total abandono.

Senhor Pai do Universo

Pleno de amor e bondade,

Envia, por caridade,

Uma luz aos filhos Teus!

Restabelece no adulto,

A pureza da criança

Vivifica a esperança,

A fé e a paz, Senhor Deus!

***

Maria do Socorro Domingos

João Pessoa, 22/05/2016

Mariamaria JPessoa Pb
Enviado por Mariamaria JPessoa Pb em 22/05/2016
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