O QUARTETO O PALHAÇO E BIGODÃO

Chegou em Feira da Mata

Um circo deslumbrante

O palhaço quase se Mata

De raiva num certo instante

A platéia bastante ansiosa

Pra ver o palhaço sair

Contudo ouviram só prosa

Que não lhes fizeram sorrir

Na platéia estava um quarteto

Coadjuvante da situação

Nestes versos também em quarteto

Doravante falarei a versão

Acontece que o pobre palhaço

Por o povo sorrir não fazer

Pra fugir desse grande embaraço

E a platéia poder entreter

Começou a jogar o seu laço

Pegadinhas tentando fazer

Pois o mesmo por ser um palhaço

Precisava de alguém escolher

O mais alto e forte que viu

O palhaço a ele instigou

Dinazir um sorriso abriu

Mas bem rápido a cara fechou

Sendo ele grandalhão mas esperto

Pra o palhaço falou com razão

Se brincar comigo detesto

Faça graça com outro peão

Para o Bruno o palhaço olhou

E o mesmo se pois a sorrir

Mas um grito de vaia arrochou

Pra o palhaço se esbaforir

Na platéia morrendo de rir

Otaciano ficava a olhar

Mas discreto também ao agir

O palhaço tentou provocar

E o Alex no meio do enredo

Quero aqui ele acrescentar

Pois o palhaço apontou o seu dedo

Para o mesmo tentando incitar

Mas isso foi só o começo

No circo tem acrobacia

A coisa gerou desapreço

Findando na delegacia

O palhaço depois de vaiado

Pois graça não soube fazer

Xingado ficou chateado

E o povo botou pra correr

No dia seguinte bem cedo

Borjão ele foi procurar

Mas pense que aí que deu medo

Ao ver o sargento falar

Voz grossa e bigode na cara

Marrudo e muito grandão

O mesmo o povo chamara

O sargento do bigodão

Bigodão era bem conhecido

Nenhum preso ousava falar

Brincadeira com ele é perigo

Era besta quem fosse arriscar

Mas voltando ao problema em foco

Titubeando o palhaço falava

Contando tudo in loco

E o bigodão para ele olhava

O palhaço fez logo uma lista

Relatou toda a confusão

Pro trabalho do EVANGELISTA

Juntamente com o bigodão

Viatura já tava no encalço

Para os quatro poder intimar

Vendo Bruno o primeiro percalço

Quando ouviu começou gaguejar

E então Bigodão disse ao Bruno

Pra no fundo do carro entrar

Ele disse ali tem um uno

Peço o dono pra ir me levar

O sargento fechou logo a cara

E pra mim o Bruno olhou

E eu disse se senta e não fala

Que tua fala só ti complicou

Dinazir foi o próximo da vez

Trabalhava na educação

Ao vermos não teve talvez

Sim senhor, não senhor, bigodão

E agora é que vem a peleja

Sol ardente e suor a escorrer

O Alex depois da cerveja

Não ouviu na sua porta eu bater

E o tempo passando ligeiro

Acordado o Alex ouviu

E agindo como um arengueiro

Com receio sua porta abriu

Sendo o mesmo ali intimado

Para ir na delegacia depor

Vão indo e espere um bocado

Que escovo os dentes e já vou

Pense um grande lamento

Com que cara ficou bigodão

Tu quer peia que da em jumento

Ou tu vai na boa irmão?

O Alex mais nada pensou

Do jeito que tava saiu

Bigodão a viatura arrastou

E o Alex dele sorriu

Um sorriso meio disfarçado

E o sargento pra ele dizia

Amigo tome cuidado

Pois aqui não existe alegria

E o Alex quase pelado

Sem saber se chorava ou sorria

Engoliu o sorriso calado

Lhe restando somente agonia

Pra fazer a confrontação

Só faltava um dos quatro encontrar

Mas pra esse foi fácil a missão

Pois o mesmo foi nos procurar

E assim com os quatro na mesa

Uma pergunta a todos soou

Mas um deles com delicadeza

Sem entender a pergunta falou

Poderia repetir a pergunta?

Não entendo o que está a falar!

Pra bigodão isso foi uma insulta

Em voz alta passou a bradar

Vocês estão surdos ou me escuta!?

E pra os quatro fitou o olhar

Respondeu o primeiro biruta

Se tremendo passou a falar

Que apenas foi uma confusão

O colega não soube entender

Da pergunta fez uma distorção

Questionou para compreender

E pra acabar essa trama

Também as respostas achar

EVANGELISTA transformou tudo em drama

E um sermão passou a entoar

Porém o ditado é correto

E o povo um bom avalista

É melhor uma pisa de perto

Que um sermão do EVANGELISTA

E os quatro pra se defender

Do palhaço passaram a falar

E disseram não sei nem por que

Tal mentira ele foi inventar

Porque fomos ao circo pra ver

Nem pensamos a lona queimar

E por isso o senhor pode crer

Que não temos um crime a pagar

E assim resolvido o esquema

Pro sargento foi a solução

Encontrada praquele dilema

Lhes passando uma obrigação

Para os mesmo evitarem problema

E o circo deixarem de mão

E assim terminando essa cena

Foram embora com a cara no chão

Terminando essa minha homenagem

Ao palhaço e aos quatro irmãos

Mostro aqui uma boa abordagem

Traduzida na situação

Que a graça está na passagem

Do enredo dessa narração

Quer sorrir mostrando coragem

Basta olhar para o bigodão

Brincadeiras a parte eu digo

Quero apenas o povo entreter

O palhaço perdeu sorriso

Por que graça não soube fazer

O poeta usou seu espírito

Com intuito de graça trazer

Mas se graça não está no espírito

Nossa alma só tende a morrer

MAL EVANGELISTA
Enviado por MAL EVANGELISTA em 14/05/2016
Código do texto: T5635699
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